Economia
Inflação já é evidente na feira semanal de Famalicão
Dar prioridade à compra de bens essenciais e reduzir a aquisição dos restantes é a principal solução indicada por feirantes e compradores da feira semanal de Famalicão, face ao aumento da inflação.
Desde o início do ano que os preços têm aumentado de forma notória. Em março de 2022, o valor da inflação foi de 5,4%, face ao período homólogo do ano anterior. Recuando atrás no tempo, apenas no ano de 1994 é possível encontrar um valor equiparável ao de março deste ano. Contudo, a julho de 2022, o cenário apresentou-se mais grave, na medida em que, no mês passado, a inflação registou o valor de 9,1%, face ao ano anterior. Este é um número que já só obtém comparação se recuarmos até ao ano de 1992.
Na feira semanal de Famalicão o aumento da inflação já é evidente entre feirantes e compradores, nos mais variados tipos de produtos. Desde os produtos alimentares, roupa e até os bens não essenciais, a opinião de que os preços estão mais altos é consensual.
Os exemplos concretos desta situação são vários. Américo Barbosa diz-nos que uma cesta que há pouco tempo custava 20 euros, apresenta atualmente um valor médio entre os 25 e os 27 euros, que não passa despercebido por parte dos clientes que “dizem que é muito caro e não compram”, admite o vendedor. José Castro vende produtos muito diversificados na feira de Famalicão. No leque dos mais vendidos surgem os novelo de linhas de crochê, cujo preço “aumentou em média 50 cêntimos” por novelo. Maria da Conceição diz-nos também que “flores de euro e meio estão a 2 euros e meio”.
Os produtos alimentares são a segunda tipologia de produtos que mais contribuíram para este aumento dos preços no mês de julho, registando uma subida de 13%. Maria Dias vende ovos, azeite e bacalhau. Do leque destes três produtos, prevê que o preço dos ovos se vai manter. Contudo, considera que “o bacalhau vai ter tendência de subir muito”, passando de 9,90 para 12 euros, e que o garrafão de azeite “de 15,90 vai para 18” euros. Por outro lado, Ana Pereira, vendedora de enchidos, opta para já por sacrificar a sua margem de lucro, de modo a não ter de aumentar os preços.
Entre as principais causas deste fenómeno, surgem a guerra na Ucrânia e a seca severa que se faz sentir em Portugal. Contudo, alguns dos feirantes consideram que existe também algum “oportunismo da própria indústria”, tal como afirma José Castro, e que “há muita gente que se está a aproveitar”, constata Maria da Conceição.
De uma forma geral, feirantes e compradores dizem não haver alteração nos hábitos de compra de produtos alimentares, mas são vários os que admitem que já compram determinado tipo de produtos, como roupa ou calçado, em menores quantidades.
Do lado dos compradores, Isabel Pinto diz que os produtos nos quais mais sentiu o impacto da inflação foram os produtos para as máquinas de lavar roupa e loiça. Já Goreti Ferreira diz ter sido nos frutos vermelhos.
Tendo em consideração este panorama, torna-se cada vez mais desafiante alcançar a meta do valor da inflação para 2022 de 4%, proposta pelo governo.
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