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“Em Famalicão sentimo-nos acarinhados e valorizados”

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Vânia Pereira cumpriu, em fevereiro passado, um ano à frente do Núcleo de Escuteiros de Famalicão. Nesta entrevista ao OPINIÃO PÚBLICA, a chefe faz um balanço e avança os projetos a desenvolver este ano. Quanto às dificuldades frisa a falta de voluntários adultos.

OPINIÃO PÚBLICA: Fez, a 5 de Fevereiro, um ano que tomou posse como chefe do núcleo dos escuteiros de Famalicão. Qual o balanço que faz do primeiro ano da sua missão?

Vânia Pereira: Creio que ainda é cedo para um balanço. Este ano passou a voar, estivemos a construir/reformular as equipas que servem de suporte às nossas atividades, e vamos agora colocar em prática as nossas ideias e propostas de atividades para as nossas crianças e jovens. Tem sido muito gratificante este desafio, tem sido uma honra servir o Núcleo de Famalicão, é um desafio constante, que partilho com uma equipa extraordinária, de uma entrega excecional.

Um ano do seu mandato já está cumprido. Quais são os seus grandes objetivos para os dois anos que se seguem?

São anos de realização de projetos, de grandes atividades. O ano de 2023 é o ano de comemoração do centenário do CNE – Corpo Nacional de Escutas, temos como grande objetivo a realização das atividades típicas para cada secção, seguindo o método do projeto, queremos proporcionar aos nossos escuteiros, atividades de referência, onde possam propor, escolher e realizar os seus projetos.

No próximo ano, queremos muito realizar o nosso ACANUC – Acampamento de Núcleo, uma grande atividade para todos os escuteiros do Núcleo de Famalicão.

São também objetivos fundamentais do nosso mandato, proporcionar um apoio de qualidade aos nossos agrupamentos, quer no âmbito da formação escutista, quer no acompanhamento continuo e de proximidade, no trabalho pedagógico das seções e na criação de momentos de partilha/formação para os dirigentes.

Neste momento, quais são as maiores dificuldades que se colocam ao escutismo famalicense?

Uma das maiores dificuldades e dos maiores desafios que temos, passam pela dificuldade em ter um número adequado de adultos voluntários com disponibilidade para fazer face aos desafios que hoje nos são propostos. Embora esta não seja uma realidade transversal a todos os agrupamentos do nosso Núcleo, naqueles em que é evidente assume uma importância vital.

Que atividades o núcleo vai desenvolver este ano?

Este ano o nosso foco vai para a realização de atividades de referência para as 4 secções, Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros, atividades propostas e enriquecidas por eles.

Queremos realizar pela primeira vez o Dia do Núcleo, uma atividade para os agrupamentos do Núcleo de Famalicão, que tem como principal objetivo a comemoração do patrono mundial do escutismo – S. Jorge.

Realizamos o Cenáculo, vamos dinamizar o Ser Vila, atividades direcionadas à IV Secção – Caminheiros, temos atividades de formação para os nossos dirigentes, o Indaba e a Praça do Manecas e a acrescentar a tudo isto, iremos continuar a dar suporte às atividades que já são habituais no calendário do Núcleo – Caminhadas Concelhias, Semana Santa, São Silvestre, entre outras.

Como descreve o movimento escutista em Famalicão? Quantos agrupamentos existem, quantas pessoas movimentam?

O Núcleo de Famalicão tem aproximadamente 2700 escuteiros (dos quais cerca de 640 são dirigentes) distribuídos por 43 agrupamentos que fazem parte do Arciprestado de Famalicão (incluindo 4 agrupamentos do concelho de Santo Tirso).

Salientamos que o importante não é o número de escuteiros, mas antes o trabalho que estes desenvolvem em prol da sociedade, na transmissão de valores, na vivência do escutismo e na preparação de homens e mulheres para vida.

O ano passado disse, em entrevista ao OPINIÃO PÚBLICA, que a pandemia fez com que perdessem efetivos. Já recuperaram esses efetivos?

Ainda não, este é um trabalho que não produz efeitos imediatos, é um caminho que vamos fazendo de forma sustentada, o importante é que não percamos o foco no que realmente importa para nós enquanto escuteiros, tenho a certeza de que se isso acontecer, iremos recuperar muito em breve o efetivo.

Este ano, em agosto, a cidade de Lisboa recebe a Jornada Mundial da Juventude, que vai movimentar milhões de escuteiros de todo o mundo. Os escuteiros famalicenses vão estar presentes?

A Jornada Mundial da Juventude vai movimentar milhões de jovens de todo o mundo, sendo o CNE – Corpo Nacional de Escutas o maior movimento católico juvenil de Portugal, certamente que sim, os escuteiros estão envolvidos nas suas comunidades, e é em comunidade que devem participar nesta grande atividade, é certamente uma experiência e uma oportunidade única de partilha e crescimento.

Qual é a importância, para o vosso movimento, da realização desta Jornada no nosso país?

É uma oportunidade de encontro e de celebração da fé, com a presença inspiradora do Papa. Sendo um encontro de jovens de todo o mundo, a Jornada Mundial da Juventude possibilita uma experiência de igreja universal centrada em Jesus Cristo. Para muitos Jovens que já viveram uma Jornada, esta tornou-se numa experiência única nas suas vidas.

Sente que o movimento escutista é muito acarinhado em Famalicão? Os pais e educadores continuam a ver mais valias no método de Baden Powell?

Claramente que sim, sentimo-nos acarinhados e sentimos que a nossa ação é reconhecida e isso, é muito importante para nós. No Escutismo capacitamos os jovens e adultos para serem cidadãos ativos, Homens Novos para um mundo novo, criando uma mudança positiva nas suas comunidades. A vida ao ar livre, o desapego dos bens materiais e do supérfluo caracterizam as nossas atividades, isto são mais valias, numa sociedade cada vez mais consumista. Se os pais sentirem que “isto” pode melhorar a formação do carácter dos seus filhos não devem hesitar em inscrevê-los no escutismo.

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