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Associação Famalicão em Transição tem que deixar antiga escola de Bente

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A Associação Famalicão em Transição vai ter que deixar o espaço que ocupava como sede na antiga escola de Bente. A cessação do contrato de comodato, que a associação tinha com a Câmara Municipal, foi aprovada em reunião do executivo municipal na passada quinta-feira, apenas com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS-PP, e não terá agradado aos responsáveis da associação.

Na proposta, a Câmara Municipal justificou a decisão de cessar o contrato de comodato com a Famalicão em Transição por ter sido solicitado pela Junta da União de Freguesias de Carreira e Bente a necessidade daquele espaço para associações e iniciativas locais.

Os vereadores do Partido Socialista entenderam que o executivo estava a tomar “exatamente o caminho contrário ao desenvolvido com as associações do concelho, que é criar condições para que desenvolvam a sua atividade” e votaram contra a proposta, não sem antes o socialista Paulo Folhadela ter lembrado que foi a Associação Famalicão em Transição que pediu uma providência cautelar aquando da saída das hortas urbanas do Parque da Devesa e que contestou publicamente a instalação da central fotovoltaica no Monte de Santa Catarina.

No decorrer da discussão, o presidente da Câmara, Mário Passos, e o vereador do Ambiente, Hélder Pereira, asseguraram que a autarquia tinha, como alternativa, um pré-fabricado para acolher a referida coletividade.

Em declarações aos jornalistas, no final da reunião, Mário Passos adiantou que a proposta da autarquia é ceder o pré-fabricado, com cerca de 40 metros quadrados, à Famalicão em Transição e “coloca-lo, caso a direção da associação concorde, junto à nascente do Rio Pelhe”, na freguesia da Portela.

“Consideramos que o trabalho da Famalicão em Transição é muito importante e, como temos o objetivo de reabilitar todo este rio, que nasce e desagua em Famalicão, pensamos que seria um local interessante para a associação”, explicou.

Já o PS considerou que esta explicação foi uma espécie de “necessidade de corrigir a rota, à última da hora”. “Se a Câmara entende que esta associação é importante, o que seria justo era não a deixar no limbo e ter apresentado, já, uma proposta de constituição de assinatura de um novo contrato, noutras instalações”, defendeu Paulo Folhadela.

Associação lamenta decisão da Câmara

À reunião do executivo assistiu Armindo Magalhães, membro da Direção da Famalicão em Transição, que no final, mostrou-se desagradado com a decisão. Depois, em declarações à imprensa, referiu que a associação desenvolve, na sede em Bente, um trabalho de educação não formal com um grupo de crianças jovens locais e lembrou que, quando em 2020, ocupou a antiga escola realizou alguma sobras de beneficiação e adaptação.

Quanto à proposta de a sede ser deslocalizada para a freguesia da Portela, com a cedência de um pré-fabricado, Armindo Magalhães disse que a associação só teve conhecimento dessa intenção no dia anterior ao da reunião de Câmara, pelo que a questão terá que ser discutida internamente.

Refira-se que a Famalicão em Transição foi criada em 2011 como grupo informal, existindo como associação formalizada desde 2016.

Foto: Famalicão em Transição

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