Famalicão
Dar as Mãos arranca com nova casa para acolhimento de pessoas sem-abrigo
A Associação Dar as Mãos assinalou, esta semana, o seu 30º aniversário com o lançamento da primeira pedra da futura casa de acolhimento às pessoas em situação de sem abrigo e de famílias em situação de emergência social.
O novo equipamento, intitulado “Casa”, pretende aumentar e melhorar a resposta nesta área e inclui a construção de alojamento de emergência para 32 pessoas adultas e alojamento de transição para quatro agregados familiares. Além disso, o espaço será ainda apetrechado de oficinas para recuperação de material que é oferecido à associação – e que depois é redistribuído por pessoas necessitadas – que servirão também para formação e capacitação profissional das pessoas sem abrigo.
“Esta casa terá, assim, uma dupla função: não só acolher, como dar às pessoas que aqui ficarem uma possibilidade de emprego”, vincou Bacelar Ferreira, presidente da direção da Dar as Mãos, que salientou ainda a importância do gesto simbólico do lançamento da primeira pedra, como sendo o “início da concretização de um sonho”.
O edifício será construído de raiz, num terreno com nove mil metros quadrados, no lugar do Pelhe, em Calendário, cedido pela Câmara Municipal à associação, e resultará num investimento na ordem dos 2,5 milhões de euros. Bacelar Ferreira não aponta datas para a sua conclusão, acrescentando que “tudo vai depender da ajuda financeira que o projeto tiver”. Para já, uma parte tem financiamento garantido no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), através do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana.
A cerimónia de lançamento e bênção da primeira pedra foi presidida pelo arcebispo emérito de Braga, D. Jorge Ortiga, que é também presidente da Assembleia Geral da Dar as Mãos, e que chamou a atenção para necessidade de “agir localmente”. “É importante pensar globalmente nos problemas, refletir, saber as causas… mas, depois, temos de agir”, defendeu, acrescentando que “o mal deste país e da nossa sociedade é ficar pelas considerações bonitas e não arregaçar as mangas”.
Ao contrário, D. Jorge Ortiga entende que a Dar as Mãos foi, desde o primeiro momento, “um convite a, efetivamente, arregaçarmos as mangas”. “Podemos pensar que 30 anos já nos dispensam de trabalhar, mas não, os problemas continuam a existir e o lançamento desta obra é a prova disso mesmo”, conclui.
Também o presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos, que marcou presença na cerimónia, elogiou o trabalho da associação e manifestou a disponibilidade do Município em continuar a apoiar o novo projeto. “Ao longo destes 30 anos, a Associação Dar as Mãos tem sido exemplar no acompanhamento de pessoas em clara situação de dificuldade e que aqui vai construir novas respostas para as necessidades existentes nesta área de ação social”, afirmou.
A celebração dos 30 anos da Dar as Mãos contou com a presença dos membros dos órgãos sociais, de associados e benfeitores, destacando-se ainda o diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Braga, João Ferreira, que salientou o “trabalho humanista” da associação famalicense, que “contribui de forma significativa para a integração das pessoas mais vulneráveis”.
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