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Famalicão

Assembleia Municipal aprova maior orçamento de sempre entre críticas e elogios

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A Assembleia Municipal de Famalicão aprovou, na manhã do passado sábado, as Grande Opções do Plano e Orçamento para 2025, apresentadas pela Câmara Municipal. O documento apenas teve os votos favoráveis dos partidos que suportam a maioria que governa o município, PSD e CDS-PP. O PS, maior partido da oposição, votou contra, assim como a deputada da CDU. Já o deputado do Chega optou pela abstenção.

As intervenções dividiram-se entre os elogios por parte dos partidos da coligação, que sublinharam o maior orçamento e investimento de sempre no concelho, e as críticas das forças da oposição que apontaram a falta de visão, de rasgo e de ideias.

A discussão iniciou, como é hábito, com a intervenção do presidente da Câmara Municipal que, além de apontar o facto de 2025 ter o maior orçamento de sempre na história do concelho, no valor global de 219 milhões de euros, tem também o 13º maior orçamento do país. Mário Passos salientou ainda o “maior investimento de sempre, 77,2 milhões de euros para as mais variadas áreas”.

O edil aproveitou para anunciar que é um orçamento que ainda pode crescer mais, porque há 17,5 milhões de euros, destinados à habitação, “que estão no ‘não definido’ e que vamos tentar que passe para o ‘definido ‘e somar aos 219 milhões”. 

Falando em “muito trabalho e muito planeamento”, Mário Passos considerou que o Orçamento para 2025 é “proporcional à grande ambição de trazer bem-estar, qualidade de vida e felicidade aos famalicenses”. 

A mesma linha de pensamento foi seguida pela bancada do PSD, com o deputado Germano Araújo a confessar uma “satisfação enorme” pelo maior orçamento de sempre. “O documento reflete o compromisso contínuo com o desenvolvimento sustentável e o bem-estar de todos os famalicenses e evidencia a determinação em responder aos desafios atuais e futuros por parte da coligação “Mais Ação Mais Famalicão”, disse o social-democrata.

Germano Abreu lembrou que 2025 representa o fecho do ciclo autárquico iniciado em 2021, mas “é encarado com a mesma força e determinação como se fosse o primeiro ano”. “Estamos determinados num concelho cada vez mais dinâmico, inovador, coeso, sustentável e atrativo, com um investimento recorde em obras fundamentais para o futuro de Famalicão na educação, no desporto, na habitação, na saúde, na solidariedade social, no ambiente”, conclui que evidenciou ainda “a grande capacidade que a autarquia tem demonstrado de captação e execução de fundos comunitários”.

Também do lado do CDS, Armindo Gomes manifestou satisfação pelo montante que será canalizado para as freguesias no próximo ano e enumerou as principais obras previstas para justificar o voto favorável da sua bancada.

As críticas da oposição

O socialista Jorge Costa fez uma leitura bem diferente dos documentos para dizer que, ao contrário do que afirma Mário Passos, “este orçamento não é uma boa notícia para todos os famalicenses”. “Desbaratou-se o maior orçamento da história de Famalicão – conseguido devido ao esforço e impostos dos famalicenses – com uma gestão corrente, casuística, impregnada de mofo e lugares comuns, sem uma obra de referência, ou seja, sem nada que nos projete para um futuro melhor”, assinalou.

O socialista apontou, depois, aquilo que disse serem alguns exemplos de que Famalicão não é um dos melhores território para se viver: “o trânsito está um caos, não há estacionamento no centro urbano, os transportes públicos não dão resposta às reais necessidades dos cidadãos, os ratos tomaram conta da cidade, o saneamento corre em vários locais a céu aberto, abatem-se árvores por todo o concelho, florescem as florestas de espelhos fotovoltaicos, não há habitação disponível a preços acessíveis”.

O Chega que votou favoravelmente os três orçamentos anteriores, optou pela abstenção. João Pedro Castro disse que nos últimos três anos o partido quis dar “uma prova de boa fé e de contribuição”, embora tivesse dúvidas quanto à execução do que estava programado. “Essas foram-se adensando”, disse o deputado que apontou a inércia do executivo municipal em matérias como a imigração ou o turismo de saúde. “O maior orçamento de sempre é essencialmente um orçamento de ideias vagas. Para um pleno  desenvolvimento do nosso município, é preciso coragem, afrontamento, iniciativa, poder de decisão e ter sempre presente as prioridades”, afirmou, defendendo que “não se pode resolver problemas de 2025 quando se tem uma mentalidade de outros tempos, quando não se colocavam este tipo de desafios”. 

Já Tânia Silva, da CDU, disse que as expectativas da coligação de esquerda para o concelho “são elevadas”, ao contrário das expectativas da maioria PSD/CDS que “são baixas”. Só assim se compreende que se apresente este orçamento de continuidade, sem rasgo, sem nenhuma ideia nova e sem que, no essencial, se prepare o futuro dos nossos jovens, mas também da, cada vez maior, camada de pensionistas e reformados”, afirmou.

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