Economia
TECMEAT quer percorrer o mesmo caminho que o Citeve

O TECMEAT – Centro de Competências do Agroalimentar, que está instalado desde 2020 em Famalicão, mas a trabalhar desde meados de 2023, foi criado para alavancar este setor.
“O balanço é extremamente positivo”, diz Paulo Cadeia, diretor executivo do TECMEAT, que vê com agrado o crescente interesse das empresas pelo Centro e pela Investigação e Desenvolvimento (ID). Prova disso mesmo foi a mudança, no início deste ano, do Conselho de Administração, que é composta essencialmente por empresas. “Neste momento o presidente é Manuel Martins, da Campicarn, mas temos a Porminho e a Primor na administração”, frisa o responsável, que avança que desde junho do ano passado até ao final do ano entraram para sócias dez empresas do setor. E não são só de Famalicão. “Temos fábricas de Viana do Castelo, de Armamar, Maia…”.
Mas, admite Paulo Cadeia, que apesar do balanço ser positivo, e porque se tratam de negócios muito tradicionais e pouco abertos à mudança, há um caminho a fazer. “A ideia é que daqui a uns anos o TECMEAT percorra o mesmo caminho que o Citeve percorreu para o têxtil”, diz o diretor técnico, que prevê um bom futuro para este Centro de Competências. “Espero que daqui a quatro anos, já consigamos ter um corpo de investigadores superior a dez ou quinze”.
Além da investigação e desenvolvimento, o centro tecnológico tem várias valências, nomeadamente na área dos laboratórios, onde existe uma ala dedicada à microbiologia e onde são prestados ensaios às empresas. O TECMEAT tem ainda uma unidade piloto, que simula toda a indústria das carnes e dá formação às indústrias no processamento das carnes. “O ano passado avançamos com um curso prático e este ano temos já oito cursos programados”, avança o diretor executivo.
No que diz respeito à investigação e desenvolvimento, estão a ser desenvolvidos três projetos, que têm alocados três investigadores. O TECMEAT participa na agenda mobilizadora do setor agroalimentar VIIAFOOD, “onde desempenhamos atividades com impressão 3D de alimentos para ver a sua viabilidade”, especifica Paulo Cadeia. Os outros dois projetos são no âmbito da bioeconomia, sendo que um deles é em parceria com o Citeve, onde está a ser estudada simbioses setoriais, de forma a evitar o desperdício. “Estamos a trabalhar em conjunto de forma a perceber se o produto da indústria das carnes pode ser utilizado para alguma dos têxteis e vice versa”.
Neste momento, o Centro de Competências tenta alargar as parcerias para tentar submeter novos projetos no âmbito do Portugal 2030, projetos esses que permitirão contratar mais investigadores. “Para contratar mais investigadores das duas uma, ou temos que ter mais projetos, ou temos que ter serviços que suportem o custo dessa contratação”.
“Verdadeiro polo gerador de conhecimento”
O mesmo balanço positivo é feito pelo presidente da Câmara Municipal, que recorda que o TECMEAT nasceu para potenciar o aumento da competitividade e inovação das empresas produtoras e transformadoras do setor das carnes, através do seu desenvolvimento científico e tecnológico. “Ao longo destes anos tem se revelado um verdadeiro polo gerador de conhecimento para a indústria o que me deixa muito satisfeito e certo de que estamos perante um centro de competências muito relevante não só para o nosso concelho e para a região, caracterizados por uma elevada concentração de indústria do processamento de carnes, como também para o país”.
Mário Passos recorda que o agroalimentar é um setor estratégico para o concelho de Vila Nova de Famalicão. Continua a ser um dos mais expressivos do nosso concelho, quer em termos do número de empresas, número de trabalhadores, volume de negócios e de exportações. “Somos efetivamente uma referência nacional nesta área, o que confere uma maior relevância e pertinência ao trabalho que é desenvolvido pelo TECMEAT”.
A nível nacional as exportações da indústria alimentar e das bebidas alcançaram um valor recorde de 8.190 milhões de euros em 2024, após crescerem 8,8%. O edil recorda que em Famalicão, tal como muitas empresas de outros setores, também a indústria alimentar enfrenta muitos desafios, em termos de inovação, sustentabilidade e competitividade. “Mas sinto que têm feito um grande esforço na adoção de novas práticas e no desenvolvimento de novos produtos e processos. Acredito, por isso, que o setor tem um grande potencial de crescimento”.
No que diz respeito aos apoios camarários, Mário Passos diz que o facto de a Câmara Municipal encarar a qualificação profissional e as questões da inovação “como fator crucial para a competitividade e crescimento do território é um bom sinal que damos para as empresas do setor”. “Queremos ser cada vez mais um concelho inovador e gerador de conhecimento e esta nossa visão está já materializada em algumas iniciativas e projetos”. O autarca aponta como exemplo o que chama de mudança de paradigma do Made IN para o Created IN e da requalificação do Famalicão IN HUB “que queremos que seja cada vez mais um campus de referência em matéria de investigação dirigida às empresas”.

- Famalicãohá 5 dias
Nova rede de Transportes Mobiave terá 110 autocarros e 2.700 paragens
- Famalicãohá 3 dias
Jones Maciel é o novo diretor do Centro de Emprego de Famalicão
- Famalicãohá 2 dias
Iniciativa Liberal escolhe Paulo Ricardo Lopes e Miguel Fidalgo para encabeçar listas à Câmara e Assembleia Municipal
- Famalicãohá 1 dia
PS: Eduardo Oliveira rejeita eventual escolha para lista de deputados, em caso de eleições antecipadas