Professor condenado por abuso sexual de menores colocado em Gondifelos

O professor famalicense de Educação Moral e Religiosa, condenado a oito anos de prisão por 62 crimes de abuso sexual de menores, foi colocado, este ano letivo no Agrupamento de Escolas (AE) de Gondifelos. 

Em outubro de 2024, Fernando Silvestre, docente da Escola Camilo Castelo Branco, foi condenado pelo Tribunal de Guimarães oito anos de prisão, por 62 crimes de abuso sexual de menores dependentes, cometidos sobre 15 alunas que frequentavam o grupo de treatro escolar que o docente dirigia. A sentença decreta ainda a proibição, por uma década, do exercício da profissão e de funções ou atividades que envolvam o contacto com menores

Porém, como Fernando Silvestre recorreu para o Tribunal da Relação, que ainda não se pronunciou, apesar de já ter decorrido quase um ano, a sentença ainda não transitou em julgado, aguardando a decisão do recurso.   

Por enquanto, o docente está de baixa médica, mas poderá voltar à escola a qualquer momento, caso a situação judicial não se altere.

Em comunicado, enviado ao Jornal de Notícias, o Ministério da Educação diz que nada pode fazer, mas lembra que “o professor em questão encontra-se de baixa, pelo que não há qualquer contacto com alunos”. 

Certo é que, consultando a lista definitiva de colocações de mobilidade interna para o ano letivo 2025/2026, verifica-se que Fernando Silvestre foi colocado no AE de Gondifelos — uma escola do concelho, não muito longe da escola onde Silvestre lecionava quando foram perpetrados os crimes – com uma carga de 22 horas letivas. 

Escola abriu vaga para substituir docente

Apesar de estar de baixa e não se ter apresentado na escola esta semana, no arranque das aulas, a notícia causou forte indignação na comunidade, sobretudo entre alguns pais de alunos que não compreendem como esta situação é possível, lançado críticas ao sistema de Justiça. 

O OPINIÃO PÚBLICA contatou o diretor do AE de Gondifelos, Roberto Lopes, que não quis tecer qualquer comentário. Entretanto, o Agrupamento abriu uma contratação de escola, um regime de recrutamento de professores para preencher necessidades temporárias, para a disciplina de Educação Moral e Religiosa, com vista a preencher a vaga de Fernando Silvestre.