Opinião
Liberalismo e preocupações sociais
I
Liberalismo é bem diferente de anarquismo.
Ser liberal não é defender a extinção do Estado. Neoliberalismo é um termo pejorativo que visa difundir uma mentira, mais ou menos isto: o liberalismo é uma doutrina cruel e desumana e o liberal é uma espécie de empedernido Manolito do Quino, «Ninguém vale pelo que tem, mas sim pelo que é; claro, porque quem não tem nem sequer é».
Na maioria das vezes o liberalismo e os liberais são apresentados de forma caricatural, quase sempre não por completa ignorância, mas de modo objetivamente intencional.
Liberalismo social é fundamental.
Quem pode realmente usufruir de liberdade individual se estiver desempregado e poucas oportunidades de emprego tiver, se for analfabeto ou iliterato, se não tiver recursos para manter um pleno bem-estar físico e mental para si e para a sua família, se não tiver perspetivas de vida, de futuro, se não tiver esperança?
A mobilidade social é uma característica dos regimes liberais, o nivelamento por baixo é próprio do socialismo e das ditaduras “do proletariado”, diz-nos claramente a história.
Liberalismo é solidário.
Ser liberal é ser mais alto, é ter em consideração a individualidade de cada um de nós, o homem como expoente merecedor de liberdade, dignidade e igual oportunidade. Obviamente não através da caridade do Estado, mas por preocupação de toda a sociedade, centrando sobretudo objetivos na criação generalizada e equilibrada de riqueza e no desenvolvimento de condições de progresso.
Uma das funções essenciais de um Estado civilizado, mínimo mas forte, é não deixar ninguém para trás, é ajudar os que realmente precisam, é ensinar a pescar, é ser solidário.
II
Os liberais famalicenses são rigorosos.
Não contem as associações de solidariedade social, humanitária, desportiva, cultural, etc. com dinheiro dos contribuintes derramado sobre os problemas, de forma discricionária, se o poder local for democraticamente atribuído a liberais. Só para os que merecem, para os que têm provas dadas, para os que têm planos de actividade de evidente valor.
A Câmara e as Juntas de Famalicão concedem mais de 8 milhões de euros por ano a associações. Esperem critérios e escrutínio dos liberais.
Os liberais famalicenses têm projetos.
A igualdade de oportunidades e a educação são uma prioridade, assim o poder local participado por liberais acarinhará sempre a máxima escolarização da população famalicense, seja diretamente estabelecendo políticas locais de fomento ao ensino e à cultura, seja indiretamente patrocinando organizações de cidadãos que possam contribuir para o enriquecimento da liberdade positiva. Os idosos e os reformados merecem retribuição pelos seus contributos de décadas para a sociedade e para o país.
Os involuntariamente desempregados ou excluídos terão sempre um apoio fraterno na tentativa de uma rápida e plena inclusão.
Projetos estes que não passam necessariamente pela centralidade estatista, mas antes fomentando, preferencialmente, a ação de organizações de cidadãos de natureza privada ou do sector social.
Os liberais famalicenses estão disponíveis.
Face ao exposto, concretizando, o que pode contar o Estado social local?
Nunca ficarão sem ajuda os idosos que realmente precisam, nunca faltarão as estruturas residenciais, nunca faltará dignidade na velhice. Nunca ficarão abandonados os jovens e menos jovens que buscam qualificações, que querem aprender, evoluir; nunca faltarão boas escolas, públicas ou privadas, permitindo educação de qualidade para todos, nuca faltarão livros ou computadores para os que realmente precisam. Nunca ninguém será marginalizado por não ter apoio da comunidade famalicense, nunca ninguém deixará de ter pão, saúde, habitação, humanidade.
A grande diferença é a atitude e o método: os liberais não acreditam no Estado enquanto único agente de providência social que tudo faz ou finge que faz e que, tantas vezes, infelizmente, também disso beneficia; acreditam antes e acima de tudo no indivíduo, no poder da preocupação, da entreajuda, da solidariedade da comunidade.
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