Cultura
Orfeão Famalicense celebra 105 anos a cantar
O Orfeão famalicense completa, no próximo dia 11 de fevereiro, 105 anos de existência.
Embora com duas interrupções, desde 1957 que a sua atividade não cessou fazendo com que se tornasse numa coletividade de referência no concelho e fora dele.
“Não fosse esta terrível e assustadora pandemia, o Orfeão celebraria este 105º aniversário da sua fundação com a promoção de alguns eventos. Face à situação atual, terá que recorrer às novas tecnologias para chegar junto dos famalicenses e de todas as pessoas que gostam da música coral”, refere a coletividade, em nota à imprensa.
Assim, o aniversário será assinalado de forma virtual, na página de Facebook do Orfeão, no dia 11, e incluirá uma homenagem a todos os membros da instituição, “em particular dois dos nossos companheiros desaparecidos recentemente”, argumentam os dirigentes, cuja liderança está entregue a Pedro Álvares Ribeiro na presidência da Assembleia Geral, Ezequiel Pinheiro Brandão na liderança da Direção e Laurentino Rodrigues Martins no Conselho Fiscal.
O orfeão salienta ainda que, “apesar das enormes dificuldades que as artes e a cultura em geral atravessam”, todas as semanas, através das novas tecnologias, os membros do Orfeão “encontram-se” e, sob a liderança do maestro e professor Fernando Dantas Moreira, prosseguem os seus ensaios e aprendizagem.
A história
Recorrendo ao apontamento histórico deixado por José Casimiro da Silva, numa conferência realizada no Ateneu Comercial, em 23 de novembro de 1962, “em 11 de fevereiro de 1916, um domingo, após um porfiado período de propaganda ativamente levado a efeito por uma comissão constituída pelos saudosos professores António Maria Pereira e Carlos Alberto de Oliveira, Mário Lima, Alberto Carlos de Sousa Araújo e Alexandrino Costa e pelo sobrevivente e estimado José Correia, fundou-se o Orfeão Famalicense, sob a direção artística de Adolfo Lima, na parte orfeónica e Alípio Augusto Guimarães, na parte cénica.”
E foi “na noite de 15 de outubro de 1916 que no Salão Olímpia” o Orfeão Famalicense se apresentou pela primeira vez em público. No espetáculo participaram as duas formações, a coral e a cénica e o êxito foi total, segundo as notícias publicadas na imprensa local e regional.
Os convites chegaram de várias localidades para espetáculos que ficaram memoráveis, nomeadamente o de 8 de dezembro de 1916, em Guimarães, no Teatro D. Afonso Henriques, o qual esteve na origem da fundação do Orfeão de Guimarães. Também em Santo Tirso, no dia 11 de fevereiro, o Orfeão teve receção triunfal.
Mas o sucesso alcançado não foi suficiente para contornar os acontecimentos políticos que se viviam na época: “a epidemia chamada pneumónica que nos levou em três meses três mil famalicenses”, a Guerra Mundial e, entre a primavera de 1918 e o Natal de 1927, o Orfeão suspendeu as suas atividades, só regressando na noite de 28 de abril de 1928. O Salão Olímpia engalanou-se e, de novo, o Orfeão Famalicense proporcionou momentos de grande euforia.
As notícias sobre o grandioso espetáculo voltaram a ter eco por toda a região e levaram o Orfeão a Riba d’Ave, à Trofa, a Ponte de Lima e, nos Arcos de Valdevez, a embaixada famalicense foi recebida com foguetes e por uma Banda de Música, tendo mesmo encerrado o comércio, num dia que era de trabalho.
Novos acontecimentos fizeram com que o Orfeão Famalicense entrasse em novo interregno, até que em 22 de novembro de 1957, no Dia de Santa Cecília, patrona dos músicos, após 34 anos, com o Padre Benjamim Salgado ao “leme”, renasceu das cinzas, contando já 63 anos de atividade ininterrupta.
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