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Cultura

Poética da Palavra regressa em março à Casa das Artes

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A iniciativa Poética da Palavra – Encontro de Teatro está de regresso à Casa das Artes de Famalicão, no próximo mês de março, para aquela que será a sua sexta edição. 

Como é habitual, a programação foca-se no texto, na palavra, na voz e no trabalho dos atores e atrizes enquanto elementos fundamentais da ação teatral. 

O programa inclui sete espetáculos, entre eles três estreias absolutas nacionais, e quatro mesas-redondas. No final de cada apresentação, haverá conversas entre artistas e público, por forma a dar a conhecer o trabalho concreto que é desenvolvido sobre o texto, a palavra e a sua relação com o corpo (que lhe dá voz), e o processo de construção de cada personagem. 

As mesas-redondas contam com a participação de especialistas e dividem-se em temas como Dramaturgia (15 de março), Encenação (21 de março), Teatro e Educação Artística (26 de março) e Liberdade e Criação Artística (27 de março).

O espetáculo de abertura, a 8 de março, é “Livrar-me”, uma cocriação de Sandra Barata Belo e Raquel Oliveira, escrita por Ana Lázaro e com música de Luísa Sobral. No Dia Internacional das Mulheres, “uma mulher conta-se como se fosse a narradora da sua própria vida” numa homenagem à literatura e à relação que se estabelece entre quem escreve e quem lê. 

No dia seguinte, a 9 de março, os poetas Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Miguel Borges apresentam “O Homem em Eclipse”, um projeto musical que celebra o centenário do nascimento de Mário Cesariny.

 A 10 de março, um monólogo, intitulado “ 22 Beijos”, com dramaturgia de Eduarda Freitas, abordará um tema universal: a existência humana e a sua finitude. Baseando-se num caso real, conta a história de um homem cujo diagnóstico fatal – tem apenas alguns meses de vida – o obriga a confrontar-se com a morte. 

“Guião Para um País Possível”, de Sara Barros Leitão, que se apresenta nos dias 15 e 16 de março, é uma das coproduções da Casa das Artes no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Com interpretações de João Melo e Margarida Carvalho, trata-se de um espetáculo criado a partir dos registos dos funcionários que, no Parlamento português, têm a missão de transcrever tudo o que ali é dito. Em centenas de milhares de páginas, registam-se debates, assembleias constituintes, votações, avanços e recuos nos direitos sociais, laborais e humanos.

No fim de semana seguinte, a 22 e 23 de março, estreia-se “Prometeu”, pela  Ensemble – Sociedade de Actores, e com autoria e encenação de Pedro Galiza. O espetáculo encontra, num dos heróis maiores do cosmos mitológico clássico, novas formas de questionar, entender e navegar o mundo. 

A 26 de março, nova estreia: “Não sei como dizer-te que a minha voz te procura”, com dramaturgia e encenação de Emília Silvestre e interpretado pelos alunos do 3º ano do Curso de Interpretação da ACE Famalicão, faz das palavras de poetas como Herberto Hélder, conforto e escudo contra o ódio e as notícias diárias de atos desumanos. 

O espetáculo de encerramento é também uma estreia absoluta. “Eu Sou Lorca”, da companhia Momento – Artistas Independentes, com encenação de Diogo Freitas e interpretações de David David, Filipe Moreira e Luísa Alves, parte do texto “Assim que Passarem Cinco Anos”, do poeta e dramaturgo espanhol Federico García Lorca, para falar sobre o que é ser artista durante um regime ditatorial e sobre a liberdade nas artes contemporâneas.

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