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Confrontos, feridos e jogo adiado em Famalicão

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Um jogo adiado, confrontos entre adeptos, seis feridos, um dos quais em estado grave, e ninguém detido. Foram estas algumas das consequências da falta de policiamento no jogo que iria opor o FC de Famalicão ao Sporting CP, em jogo da 20º jornada na I Liga, no passado sábado.

O encontro estava marcado para as 18 horas, mas por volta das 17h30, com os adeptos sem poder entrar no Estádio Municipal, já se adivinhava que a partida não iria começar a horas. Inicialmente apontou-se para um adiamento, mas pouco antes das 19 horas surgiu a confirmação de que o jogo seria adiado.

Durante esse tempo, os adeptos, que seriam alguns milhares, concentraram-se junto aos portões do Estádio Municipal e nas suas imediações, à espera de entrar, o que nunca aconteceu. Muitos concentrados numa longa fila, que se estendia desde a entrada no estádio até à rotunda D. Sancho I. Mas muitos, sobretudo as claques dos dois clubes, estavam junto à entrada do recinto e foi aqui que, de um momento para o outro, tudo se precipitou. Os adeptos envolveram-se em confrontos físicos, com cadeiras de um café nas imediações a voarem, garrafas e copos pelo ar, pessoas a correr em pânico, sem sinais visíveis de agentes da autoridade. 

Os ânimos só se acalmaram com a chegada ao local da Unidade Especial de Polícia, mas nessa altura já havia feridos a registar: seis no total, um dos quais em estado grave. Trata-se de Pedro Silva, o Oficial de Ligação dos adeptos ao FC Famalicão, que foi brutalmente agredido, mas que já se encontra fora de perigo. O OPINIÃO PÚBLICA conseguiu apurar que Pedro Silva realizou um TAC, no Hospital de Braga, que confirmou a não existência de lesões graves na cabeça.

Pedro Silva terá caído enquanto tentava acalmar os ânimos entre adeptos famalicenses e leoninos, acabando por ser pontapeado por duas vezes na cabeça, tendo sofrido perda de consciência momentânea.

Entretanto o OP apurou também que a PSP não deteve ninguém no passado sábado, depois dos desacatos.

As reações

O adiamento do jogo por falta de policiamento e os confrontos ocorridos tomaram proporções nacionais, que extravasaram a questão desportiva, já que na base desta situação está o protesto nacional das forças de segurança que exigem que do Governo um suplemento salarial idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.

Segundo avançaram vários órgãos de comunicação social, dos 15 policiais que estavam escalonados para o jogo, entre 11 a 13 apresentaram baixa por doença, o que impossibilitou a realização da partida por não estarem reunidas as condições de segurança.

Em declarações ao OPINIÃO PÚBLICA, o vereador da Proteção Civil e vice-presidente da Câmara de Famalicão lamentou o sucedido e exigiu “o apuramento de responsabilidades”. Ricardo Mendes, que esteve no local e acompanhou o socorro a alguns dos feridos, não pôs em causa “a justeza do protesto da PSP”, mas considerou o que aconteceu, nomeadamente, os confrontos físicos como “uma situação grave e lamentável”. 

“Sabíamos que estava em curso um protesto nacional da PSP e que era expectável que, na escassez de recursos humanos pudessem surgir algumas dificuldades de recrutamento, mas o que nos foi dito ontem [sexta-feira] é que esta situação não ocorreria”, afirmou.  

Já a Liga Portugal emitiu um comunicado para dizer que “repudia os incidentes” e  que foi “surpreendida, em cima da hora do encontro”, com a informação de que os agentes destacados para o jogo “teriam, como forma de protesto, alegado baixa médica para não marcarem presença no local, colocando em causa a paz pública e a integridade física dos milhares de adeptos que aguardavam na entrada no recinto, bem como um total desrespeito por todos aqueles que, alguns percorrendo centenas de quilómetros, se deslocaram ao recinto desportivo”. 

No mesmo comunicado é dito que a Liga Portugal e os clubes “não admitem que o futebol seja, em virtude da sua enorme visibilidade, instrumentalizado para a resolução de assuntos com os quais não tem qualquer relação”. 

Entretanto, ainda no sábado, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, mandou abrir um inquérito urgente aos acontecimentos relacionados com o jogo de futebol Famalicão-Sporting

Já a plataforma que congrega sindicatos e associações das forças de segurança anunciou ter escrito ao primeiro-ministro sobre a “situação limite” dos profissionais que representa, alertando para um eventual “extremar posições” perante a “ausência de resposta” do Governo.

Sede da Casa do Sporting vandalizada

A sede do Núcleo de Famalicão do Sporting CP foi vandalizada na madrugada de domingo, já depois dos incidentes que aconteceram junto ao Estádio Municipal. A fachada do edifício foi pintada com frases como “Famalicão e basta” e os vidros partidos por arremesso de pedras.

Ao OP, Pedro Oliveira, responsável do Núcleo do Sporting de Famalicão, lamentou o sucedido. “Não nos revemos neste tipo de comportamentos e repudiamos este tipo de posturas”, referindo-se não só ao vandalismo à sede, como aos incidentes junto ao estádio.

“Queremos paz e respeito no desporto e aproveito para enviar um abraço de conforto ao Pedro Silva, desejando rápidas melhoras”, finalizou. 

O caso foi participado à PSP.

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