Ribeirão vai competir com nova identidade e com um plantel saído da formação

O Ribeirão, que já foi Grupo Desportivo e, mais recentemente, Futebol Clube, volta a mudar de nome e a recomeçar do zero, agora como Associação Ribeirão. Uma crise profunda, marcada por divergências com a SAD, forçou o clube a uma queda abrupta para a primeira divisão da Associação de Futebol de Braga (AFB), Série E, que vai disputar esta época.

Depois de na época passada ter disputado o pró-nacional da AFB, ainda como Ribeirão FC, e não ter vencido qualquer jogo, no último mês de agosto a SAD a anunciou que a equipa de futebol sénior não iria competir na Divisão de Honra da AFB.

Entretanto, a direção do clube, presidida por Rúben Gomes, decidiu avançar, esta época, com uma equipa sénior que vai competir na primeira divisão da AF Braga (o escalão mais baixo), com uma nova identidade, com uma aposta clara na prata da casa e na formação e com o desafio de reerguer o Ribeirão e reconquistar o coração da sua massa associativa. 

“Nos últimos quatro anos o plantel sénior esteve entregue à SAD, mas nos últimos dois anos a gestão foi muito gravosa, em termos de resultados e em termos de imagem do clube, e tivemos que tomar medidas, até porque somos o maior credor da SAD, que tem perto de 70 mil euros de dívidas ao clube ”, contou ao OPINIÃO PÚBLICA Rúben Gomes, presidente da agora Associação Ribeirão, adiantando que esta questão seguiu para a via judicial.

Como o clube cedeu os direitos desportivos à SAD, não pode competir como Ribeirão FC e, por isso, teve que mudar de designação novamente. “Decidimos criar uma nova associação, porque o que os sócios mais me pediram na última assembleia foi que o futebol não acabasse em Ribeirão”, afirma Rúben Gomes, que acredita que esta possa ser uma questão transitória, já que o clube pretende recuperar os direitos desportivos que foram cedidos à SAD.

O dirigente reconhece que a época passada foi um verdadeiro pesadelo e que o nome do Ribeirão “foi mesmo colocado na lama”. Recorde-se que além do desastre em termos de resultados desportivos, foi também notícia a questão de salários em atraso aos jogadores e o mal estar no plantel.

O presidente do clube quer deixar essa fase negra para trás e salienta que, em junho, a sua direção já tinha começado “a pensar num projeto para esta época, para fazermos uma equipa, com atletas da formação, para voltar a trazer os sócios ao Campo do Passal”. Para Rúben Gomes “não fazia sentido termos o maior número de atletas na formação da história do Ribeirão e não lhes darmos continuidade, que era o que estava a acontecer”.

Em junho e julho foram realizados treinos de observação que captaram novamente a atenção dos sócios. “Foi uma alegria ver a bancada praticamente cheia nos primeiros treinos que fizemos, significa que Ribeirão gosta de futebol e quer futebol”, finaliza o dirigente, convicto de que a sua direção será capaz de “levar o barco a bom porto”. 

Tiago Costa promete vitórias e muito trabalho

A direção escolheu para treinador ribeirense Tiago Costa, que foi formado nas camadas jovens do clube e que regressa 14 anos depois de ter saído do Passal.  “É um regresso especial para mim a um dos maiores clubes do concelho” declara o técnico, convicto de que será aberta “uma nova página na história do clube”. 

Quanto aos objetivos para a época, Tiago Costa considera que “é importante reaproximar a vila do clube”, o que se consegue “com um lema de vitória e de muito trabalho e este projeto assenta em cima disso mesmo”. Diz ainda que “não é um ano zero, é um ano um, até porque o plantel é composto pelos jogadores da formação, que já trabalharam nesse sentido na época passada”. 

Acima de tudo, o treinador está ao lado da direção em defender “um crescimento sustentado, não cometendo os erros do passado, que se pagaram caro”.