Economia
Centro Tecnológico para a metalurgia e metalomecânica vai nascer em Famalicão
Vai nascer na Escola Profissional Cior um Centro Tecnológico Especializado (CTE) para o setor metalúrgico e metalomecânico.
A convicção do vereador da Economia e Empreendedorismo na Câmara Municipal é que tal aconteça no próximo ano. Aliás, tal como adianta a própria escola Cior, o CTE deverá estar pronto a abrir portas em meados de 2024.
Em Vila Nova de Famalicão, a tendência de crescimento do setor é evidente e os números comprovam isso mesmo. Em Famalicão há, segundo dados de 2020, 294 empresas, que empregam 3.706 pessoas e um volume anual de negócios que chega aos 297 milhões de euros. Este valor representa um aumento de 37,93% em oito anos.
São motivos mais que suficientes para deixar Augusto Lima otimista quanto ao futuro do setor no concelho, o único que está a crescer mais de dois dígitos por ano.
Em declarações ao OPINIÃO PÚBLICA, o vereador da Economia e Empreendedorismo sublinha que esta área de atividade, à semelhança de outras, “colhe o olhar atento das políticas municipais de apoio à economia” e que a Câmara Municipal está a acompanhar de perto a criação do Centro Tecnológico Especializado, que será desenvolvido seguindo as orientações do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“É um projeto da escola, mas obviamente a Câmara tem tido um papel ativo na perspetiva de poder colaborar e ajudar a dinamizar este CTE, nomeadamente pelas questões ligadas ao tecido empresarial”.
Com o objetivo de conhecer de perto a realidade da metalurgia e metalomecânica no concelho foi feito, recentemente, o mapeamento do setor, caraterizador das empresas e estruturas de formação em atividade no concelho, incluindo os equipamentos existentes.
Mas é na falta de mão de obra especializada que está o calcanhar de Aquiles, já que escasseiam ativos para trabalhar nas empresas famalicenses.
Para fazer face a esta dificuldade, a Câmara Municipal está a trabalhar com parceiros para concertar iniciativas concretas de qualificação e reconversão profissional.
Nas instalações do CIIES, em Vale S. Cosme, com a parceria do Cenfim, a Câmara Municipal quer avançar com formação específica. “Tudo depende, agora, de termos a capacidade de atração de jovens para esta indústria. Esse é o nosso grande desafio, sendo certo que continuamos a ter o Cenfim como parceiro, nomeadamente ao nível dos cursos de aprendizagem nível 4”, explica Augusto Lima, que quer ir mais longe e ter, em Famalicão, o nível 5.
O responsável reconhece que “é dificil captar o interesse”, não pela alegada má fama do setor, mas porque a indústria dita tradicional ainda é vista como há 20 anos. “Temos dificuldades de inserção de jovens para o têxtil, agroalimentar… É um problema mais abrangente e isso, para mim, é que é a grande questão”, defende o vereador, que sublinha que “a nossa industria, hoje, não tem nada de tradicional”. “Tem muito de moderno, de tecnologia, inovação, criatividade e, cada vez mais, precisamos de jovens que tenham este espírito. Os jovens não têm que pensar que vão trabalhar no chão de fábrica”, acrescenta Augusto Lima, que não esquece “os excelentes exemplos” que existem em Vila Nova de Famalicão, do que são as empresas de hoje “e que não têm nada a ver com o que eram no passado”.
Consciente da necessidade de dar este passo firme na formação, o vereador vê o futuro da metalurgia e metalomecânica no concelho a expandir exponencialmente.
“Eu acredito que quer com o CTE, que vai dar aqui uma perspetiva diferente ao nível da formação profissional, quer com as parcerias que temos com o Cenfim, quer, depois, com aquilo que é trabalhado ao nível das escolas, nomeadamente secundárias, no nível 4, eu julgo que poderemos ter aqui uma resposta melhor e mais eficaz”, conclui.
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