Famalicão
Nova Unidade Local de Saúde entrou em funcionamento com orçamento de 170 milhões de euros
No dia 1 de janeiro entrou em funcionamento a Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Ave que vai implementar um novo modelo de gestão e organização dos serviços públicos de saúde em Famalicão, Trofa e Santo Tirso. O objetivo é facilitar o acesso dos utentes e a sua circulação, em função das necessidades, entre os centros de saúde e os hospitais.
Nesse sentido, a ULS integra a prestação de cuidados de saúde primários e hospitalares numa só unidade de gestão, abarcando o Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), formado pelos hospitais de Famalicão e Santo Tirso, e os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) de Famalicão, Trofa e Santo Tirso.
O famalicense António Barbosa, que exercia desde 2016 as funções de presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar, foi a pessoa escolhida pela Direção Executiva do SNS para presidir ao Conselho de Administração da nova unidade, algo que encara como “um orgulho, mas também uma grande responsabilidade”.
Em declarações ao OPINIÃO PÚBLICA, o responsável confessa que esta alteração ao modelo de gestão “significa um aumento enorme de trabalho, um aumento do número de profissionais, que passam agora para mais de dois mil, e até uma mudança muito grande na nossa relação com os fornecedores de meios complementares de diagnóstico e de medicamentos”.
“A partir de agora, tudo o que diz respeito a prestação de cuidados de saúde do SNS na nossa região é da responsabilidade da ULS”, sublinha António Barbosa que dá como exemplo o controlo e pagamento de medicamentos ou de fisioterapia, que até aqui eram da responsabilidade da ARS Norte e que agora passam para a alçada da ULS.
“Para se ter uma ideia, o orçamento do CHMA era de cerca de 70 milhões de euros e o orçamento da ULS do Médio Ave ultrapassa os 170 milhões de euros”, acrescenta o administrador.
O que muda para os utentes
Apesar de estar ainda na fase de arranque, António Barbosa está convicto de que “o processo de mudança vai correr bem” e que trará “muitos benefícios para os utentes”. E concretiza: “vai ser possível articular melhor o trabalho dos dois níveis de cuidados e vamos procurar reforçar o papel dos cuidados de saúde primários, com vista a que esse reforço se reflita no trabalho hospitalar, no sentido de o hospital tratar só os casos que são realmente urgentes ou precisem de cuidados mais especializados”.
Por outro lado, pretende-se simplificar o fluxo do utente, “evitando que ande do centro de saúde para o hospital e do hospital para o centro de saúde, muitas vezes com duplicação de exames e análises”.
António Barbosa adverte, contudo, que serão necessários alguns meses para que estas mudanças se façam sentir no terreno, “porque é um processo que envolve estruturas com muito anos e com hábitos de organização que vão ter que ser mudados progressivamente”. Mas garante que a equipa que o acompanha “é jovem e está muito motivada e entusiasma para poder implementar este projeto”.
Refira-se que, além de António Barbosa, a direção da ULS do Médio Ave integra ainda outro famalicense, Luís Moniz, que foi nomeado vogal executivo da nova estrutura. Violeta Ofélia Iglésias foi nomeada diretora clínica para a áreas dos cuidados hospitalares. É especialista em medicina interna do CHMA desde 2008, onde desempenha também as funções de chefe de equipa de urgência desde 2010.
Já o médico, João Miguel Silva, de Santo Tirso, foi nomeado diretor clínico para a área dos cuidados primários e Daniela Balbeira, que exerce funções no Hospital de Santo Tirso, foi nomeada enfermeira diretora.
Mário Passos satisfeito com nomeação de António Barbosa
O presidente da Câmara de Famalicão, que em dezembro tinha manifestado descontentamento pelo facto de a autarquia não ter sido ouvida neste processo, manifestou ao OPINIÃO PÚBLICA satisfação pela nomeação de António Barbosa para o cargo de presidente do Conselho de Administração da ULS.
“É um famalicense e é uma pessoa experiente, que tem pergaminhos em administração hospitalar, por isso deixa-nos tranquilos”, referiu Mário Passos sem deixar de sublinhar que “é preciso trabalhar muito para que o hospital receba as obras e as ampliações de que necessita”.
O edil espera, assim, que esta novo formato da ULS signifique da parte da tutela, “mais disponibilidade financeira” e lembra que, no âmbito dos cuidados de saúde primários, a autarquia já está a fazer a sua parte. “Estamos a trabalhar muito porque queremos fazer quatro Unidades de Saúde Familiar novas: em S. Miguel o Anjo e em Joane, que já vão avançar, mas também em Nine e em Ruivães, para além da reabilitação da unidade urbana da cidade”.
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