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Famalicão

“Há 15 anos tudo mudou, mas há novos desafios”

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A criação de uma Urgência Médico-Cirúrgica no Hospital de Famalicão, há 15 anos atrás, representou um salto qualitativo enorme na assistência aos doentes, não só de Famalicão, como da Trofa e Santo Tirso. António Barbosa, que durante os últimos anos, dirigiu o Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) e que agora é presidente ao Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Ave, não tem dúvidas sobre isso.

O responsável, que é famalicense, faz um exercício de memória e recorda como era a urgência básica do Hospital de Famalicão, antes da obra realizada em 2009: “a estrutura física praticamente não era nenhuma, eram meia dúzia de salas, onde se acotovelavam os utentes e os profissionais, onde crianças e adultos eram atendidos no mesmo espaço”.

Com a criação do CHMA, que agregou os hospitais de Famalicão e de Santo Tirso e que passou a atender a população destes dois concelhos e também da Trofa, “tudo mudou”.  

“A nossa área de influência transformou-se numa área com 240 mil habitantes e passamos a ter uma dimensão que justificou outras competências e outras capacidades, nomeadamente, uma urgência médico-cirúrgica nova”, explica o responsável.

António Barbosa

Além de novas instalações e da criação de uma urgência pediátrica autónoma, o serviço ganhou também novas valências, incluindo – recorda António Barbosa – a instalação de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), “que é um instrumento fundamental e extraordinário no apoio à emergência pré-hospitalar”.

Nestes 15 anos, o número de utentes triplicou e trouxe novos desafios. “Temos agora muitíssimos mais atendimentos e, por vezes, temos uma pressão tão grande que duvidamos se as nossas instalações são suficientes”, confessa o administrador, que aponta dois principais problemas a que urge dar resposta: o elevado número de doentes não urgentes que recorrem aos serviços e as dificuldades no internamento.

António Barbosa espera que o novo modelo organizacional dos serviços públicos de saúde, que levou à criação da ULS do Médio Ave, venha a contribuir para aliviar os serviços de urgência, “sobretudo dos doentes cujos cuidados não têm que ser urgentes e podem ser prestados a outros níveis, nomeadamente nos cuidados de saúde primários”. A expectativa é que a mudança se comece a sentir “já no decorrer deste ano”.

Quanto ao internamento, reconhece a necessidade de ampliação do hospital para aumentar o número de camas. “Já o manifestei publicamente, várias vezes, e estamos a procurar soluções”. De qualquer forma, o responsável entende, também, que é necessário dar resposta ao problema dos chamados internamentos sociais, que são cada vez mais. “É uma nova realidade que tem a ver com o envelhecimento da população e que leva a que os doentes estejam demasiado tempo internados nos hospitais, porque não têm retaguarda”.

Isso dificulta a libertação e camas para doentes que chegam à urgência e necessitem de ser internados. E a este propósito, António Barbosa deixa o alerta: “Felizmente todos vivemos mais anos, mas todos vivemos mais anos com doenças e, portanto, os serviços de saúde têm que dar uma resposta maior, quer em quantidade de atos clínicos, quer em tempo de internamento”.

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