Famalicão
Ex-funcionária da Junta de Ruivães e Novais suspeita de desvio de dinheiro
Uma ex-funcionária da União de Freguesias (UF) de Ruivães e Novais terá desviado mais de 15 mil euros daquela autarquia e o caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ).
A situação foi trazida a público, esta semana, pelo Partido Socialista (PS) de Famalicão que, em comunicado, diz que os seus eleitos questionaram o autarca local na última sessão da Assembleia de Freguesia.
O OPINIÃO PÚBLICA tentou contactar o presidente da Junta da UF de Ruivães e Novais, sem sucesso. Porém, em declarações à Agência Lusa, Duarte Veiga confirmou as suspeitas sobre a ex-funcionária, referindo que, entre 2020 e 2022, a então funcionária ter-se-á apropriado indevidamente de “uns 15 mil euros”.
O autarca admite que o valor do desvio possa ser “muito mais elevado” e adianta que já foi determinado o levantamento do sigilo bancário, para que a PJ possa “investigar até à exaustão e tirar tudo a limpo”.
A referida funcionária prestava serviço naquela Junta de Freguesia há cerca de 15 anos, tendo sido despedida em inícios de 2023, depois de descoberto o desvio de dinheiros públicos. “Em dezembro de 2022, reportámos o caso ao Ministério Público e abrimos um processo disciplinar, que culminou no despedimento”, contou Duarte Veiga, adiantando que a funcionária confessou os desvios de dinheiro.
As autoridades suspeitam que a funcionária entregaria os recibos aos fregueses, referentes, por exemplo, a compras de sepulturas, mas apagava esses recibos do sistema da autarquia. Além disso, trocaria os IBAN dos fornecedores por dois IBAN que lhe pertenceriam.
No comunicado, o PS de Famalicão acusou o presidente da Junta de, na última Assembleia de Freguesia, não ter esclarecido “o que se passou de facto, evitando assim assumir as suas responsabilidades políticas neste caso”. Os socialistas dizem que a situação “é grave” e exige “o esclarecimento a todos os famalicenses e em especial à comunidade de Ruivães e Novais”.
Duarte Veiga, por seu lado, lembra que a Junta de Freguesia também foi lesada, porque “nas nossas contas, tínhamos tudo pago aos fornecedores, mas na verdade todos tinham faturas pendentes”. Diz, por isso, que é o primeiro interessado em que tudo seja esclarecido, garantindo que não há “qualquer silêncio ou cumplicidade”, mas sim “uma investigação que está em curso e com a qual estamos a colaborar inteiramente”.
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