Hospital admite que recorreu ao internamento misto na fase de maior pressão

O Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) confirma que internou no Hospital de Famalicão mulheres e homens na mesma enfermaria, mas sublinha que “foram casos pontuais e excecionais”, motivados pela pressão exercida sobre a unidade face ao aumento exponencial de doentes Covid.

A reação surge depois do PAN ter, em comunicado, denunciado a situação e uma mulher ter s8ido transferida para uma enfermaria com homens, no Hospital de Famalicão, um “tratamento indevido”, no entender do partido.

Em declarações ao OPINIÃO PÚBLICA, António Barbosa, presidente do Conselho de Administração do CHMA, sublinha que nos últimos quatro meses, desde meados de outubro e até meados de fevereiro, foram internados no CHMA mais de 1.100 doentes com Covid 19. Diz também que, neste momento, o CHMA é ainda o hospital do Norte que tem mais doentes internados com Covid, muito mais de 20”.

“Habitualmente separamos os sexos, por isso é que temos uma enfermaria homens e uma enfermaria mulheres. Mas esta foi uma situação excecional, em que não havia camas e, por vezes, tivemos que nos socorrer da partilha”, afirma o responsável, que reconhece que esta “não é a situação ideal, nem a prática habitual”, mas foi “uma solução de recurso para tratar os doentes, num momento muito difícil e de grande pressão”.

António Barbosa refere também que, durante este período, o CHMA transferiu ainda cerca de 200 doentes para outros hospitais “e toda agente achou isso normal”. “Já uma senhora, porque teve de passar duas noites numa enfermaria mista, com cortinas a separar, surgem as críticas”, desabafa.

António Barbosa explica ainda que internamentos mistos existem em outros serviços dos hospitais, como é o caso da unidade de cuidados intermédios ou a unidade de AVC.

De resto, o administrador do CHMA garante que todas estas explicações foram dadas ao PAN.