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Mensagem de Páscoa do arcipreste de Famalicão: “Sempre a mesma e sempre nova!”

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Estamos a celebrar a Semana Santa, a Semana Maior.

Para os cristãos esta semana reaviva o mistério da entrega e da dádiva de Jesus por cada um de nós. Não é apenas um ato de bondade ou de caridade. Mas é o dom de si mesmo, total, definitivo, para sempre. Jesus dá-se totalmente para que cada um de nós viva e viva plenamente, para sempre. 

Esta é a mensagem, sempre a mesma e sempre nova: Deus quer-nos vivos, eternamente vivos. Deus dá a Sua vida para que nós tenhamos vida e vida em abundância. 

O Deus que celebramos não é um deus de mortos nem dos mortos. Não fazemos teatro, reproduzindo acontecimentos do passado. Nem se trata de um revivalismo… Não nos comiseramos, por puro sentimentalismo, com os acontecimentos da paixão de Jesus. Isso seria uma espécie do “conta-me como foi” sem que tivesse consequências na nossa vida. Pelo contrário, a Semana Santa é um trazer ao presente o presente de Deus. Ele continua hoje a sua paixão, morte e ressurreição. Ou seja, Ele continua hoje a dar-se, a morrer e ressuscitar por nós. De facto, nós não celebramos apenas a morte. Isso seria efetivamente o fim, o termo de tudo. Nós celebramos a paixão, a morte e ressurreição. Ou seja, tudo aponta para a vida. Utilizando a imagem de Jesus: se o grão de trigo não morrer ele fica só, mas se morrer dá muito fruto. Jesus não vive para si mesmo, escondendo-se, não arriscando sequer as dores de passar pelo processo da transformação do grão em planta ou do grão em farinha e a farinha em pão. Por outras palavras, todo aquele que dá a sua vida, todo aquele que arrisca viver por amor, esse dá muito fruto, o mesmo é dizer: esse está cheio de vida e dá a sua vida.

A Páscoa é, assim, um sinal de esperança para todos, porque nos chama a atenção para a importância e valor de toda a vida. É também, por isso, uma provocação ao nosso pensamento e ao nosso agir. Quanto mais vida damos mais vida vivemos. 

À semelhança de Jesus, não obstante as dores e sofrimentos, as incompreensões e injúrias, se a vida é vida com paixão, em contínua entrega, se a vida é dom, então todos os dias são dias de Páscoa, de ressurreição.

Jesus, ontem, hoje e sempre caminha connosco. Senta-se à nossa mesa para nos oferecer o Pão da Vida. Na Eucaristia esse acontecimento é uma realidade. A Eucaristia é o acontecimento pascal diário. 

Para esta Páscoa convido todos os cristãos a aproximarem-se mais da fonte da Vida, Jesus, o ressuscitado, presente na comunidade reunida, que, celebrando a Eucaristia, recebe o dom definitivo de amor. Santa Páscoa para todos.

Pe. Francisco Carreira, arcipreste de Famalicão

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