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Famalicão

CROA apela à adoção de animais

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São 190 cães e 70 gatos. No Centro de Recolha Animal de Famalicão (CROA), sob o olhar atento dos profissionais que lá trabalham, dos voluntários e dos muitos visitantes diários, a vida dos animais está suspensa. Localizado em Vilarinho das Cambas, o CROA é a morada definitiva para muitos animais que aguardam por uma família que os leve para casa.

A adoção de animais tem vindo a crescer mas, ainda assim, o número de adotados está longe de conseguir ser equivalente ao número de animais recolhidos ou que são entregues no CROA. No ano passado, foram adotados cerca de 800 animais, 500 dos quais gatos, correspondendo a uma média mensal de 30 animais. A veterinária responsável pelo CROA, Fidélia Aboim, guiou-nos numa visita às instalações e, sobre a adoção, referiu-nos que este é sempre “o final mais feliz” dos animais que passam pelo Centro. “Por mais condições que tenhamos, por mais carinho que procuremos dar aos animais, nunca consegue ser tão bom quanto uma família”.

No país, números recentes, indicam que existem cerca de 80 mil animais a viver em canis, mas este número não espelha a realidade pois há também muitas organizações não governamentais que se dedicam a esta causa, promovendo campanhas de adoção. Estima-se, portando, que os animais abandonados ou recolhidos pelas autoridades sejam muitos mais.

Gatos agradam a casais jovens e cães a pessoas mais velhas

O perfil das famílias que adotam animais tem vindo a mudar, muito por conta da alteração dos estilos de vida. Hoje em dia, casais jovens adotam mais e preferem os gatos aos cães. É fácil de compreender porquê: “uma família sem horários de trabalho fixos, não tem a possibilidade de cuidar de um cão que precisa de ser levado à rua. Já o gato, que é um animal mais independente, consegue ficar um dia ou dois no seu espaço, desde que tenha as condições necessárias como comedores automáticos”, refere Fidélia Aboim. Atualmente, tem-se assistido ainda a uma tendência para que as famílias procurem, principalmente cães, como animal de companhia de pessoas idosas.”Normalmente optam por cães mais velhos que são mais calmos e uma boa companhia”.

Mais recolha do que resgate

O CROA possui uma viatura de resgate, sempre pronta a sair quando é necessário. As solicitações chegam, quer através de cidadãos, quer a pedido da GNR e da PSP. A veterinária revela, contudo, que atualmente estão a surgir muitos pedidos de recolha de animais. “Os animais da rua já não são tantos quantos os que nos são entregues”. Ou seja, são os tutores de animais que os entregam aos cuidados do centro, por várias razões: “pessoas que têm que mudar de casa, vão para apartamentos e não podem ou querem levar os seus animais. Muitas vezes, em casas alugadas, os senhorios não permitem animais e temos também o caso de casais jovens que tinham a sua vida estabilizada e que, de repente, por razões económicas, têm de voltar para a casa dos pais e entregam-nos os animais”. Uma outra situação que preocupa e entristece Fidélia Aboim é o caso de pessoas de mais idade que, por entrarem para lares, têm que se separar dos seus animais já que estes não são aceites nestas instituições”. “É uma situação que deveria ser pensada porque há idosos que sofrem muito com essa separação do seu companheiro nos últimos anos de vida”, remata.

Casa Aberta

Paredes com quadros de animais, flores, pinturas e poemas revelam que o CROA é uma casa aberta. Nos primeiros sábados de cada mês, organiza as “Manhãs Abertas”, para quem queira apenas visitar ou, melhor ainda, adotar. “Vemos aqui fotografias que nos são enviadas pelas famílias que adotaram e que nos querem mostrar como eles estão bem. Isso deixa-nos muito felizes por verificar que eles estão bem na família que os adotou”, partilha a veterinária.

Nestes corredores são várias as alusões ao Mascote, com fotografias e dedicatórias. É um cão que não está para adoção, e dos poucos que tem o privilégio de andar sempre solto. É o animal mais popular do CROA que foi encontrado atropelado na berma da estrada com fraturas múltiplas. “Esteve 3 meses paralizado em tratamentos mas conseguimos e agora está bem e é feliz”.  

Voluntários

A ajuda dos voluntários no cuidado e companhia aos animais é muito importante no entender de Fidélia Aboim. “A função do voluntário é socializar com os animais, dar-lhes carinho e acompanhar ao exterior. Tentamos gerir as disponibilidades deles para que consigamos que não venham todos ao mesmo tempo”. Os voluntários que chegam ao CROA devem estar inscritos no Banco de Voluntariado do Município de Famalicão e a responsável pelo espaço diz que são sempre bem-vindos e necessários.

O Kico já tem uma família!

No dia que visitamos o Centro, cruzamo-nos com a Susana Reis, de Landim, que foi buscar o novo membro da família. “Vim buscar o meu gato, Kico, que ficou cá para esterilizar”, partilha, feliz, esta famalicense. “Adoteio-o e vai para casa juntar-se ao Kiwi que é um cão que também vim cá buscar”, revela. Com três filhos, a viver numa moradia, Susana conta que um dia foi ao CROA fazer uma visita mas acabou por fazer mais que isso: “caíram-me os olhos por um cão. Acabei por levá-lo porque foi amor à primeira vista e aconselho toda a gente que possa a adotar um animal que precise”.

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