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Famalicão

Moradores promovem petição que pede a não aprovação do projeto urbanístico para a zona do Hospital

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Os ex-presidentes da Câmara de Famalicão, Agostinho Fernandes e Armindo Costa, assinaram uma petição pública que pede que a Unidade de Execução Urbanística para a zona do hospital não seja aprovada pela autarquia e que se alargue o período de discussão pública, que termina esta quarta-feira, 5 de abril.

Ao que o OPINIÃO PÚBLICA apurou, esta petição está a ser promovida por alguns moradores e foi subscrita pelos ex-autarcas que governaram o município durante 31 anos: Agostinho Fernandes, eleito pelo PS, e Armindo Costa, eleito pela coligação PSD/CDS-PP.

Na petição, os subscritores mostram, sobretudo, preocupação com o impacto que a construção de uma superfície comercial no local poderá ter, à semelhança, de resto, do que aconteceu na sessão pública de esclarecimento, realizada no passado dia 30 de março, tal como noticiou o OP (ver edição de 22 de março).

No documento, refere-se que o Hospital de Famalicão “deve merecer toda a proteção porque serve mais de 130 mil famalicenses”, considerando que a área em discussão “é a única que oferece potencial de desenvolvimento urbano junto ao hospital” e, por isso, “deverá ter em conta uma complementaridade a este equipamento”.

Por outro lado, a petição aponta que a prevista construção de uma superfície comercial “prejudica gravemente o futuro do hospital” e “implicará um aumento da circulação” o que “afetará, ainda mais, o já difícil trânsito na zona”.

Contactado pelo OP, Agostinho Fernandes diz que assinou a petição por considerar que “ceder aqueles terrenos a uma superfície comercial é um absurdo”. O ex-edil entende que se “está a desperdiçar uma área bem localizada” que poderia servir para outros fins, como “a ampliação do hospital ou até a criação de uma estrutura de cuidados paliativos, tão necessários hoje em dia”.

Armindo Costa também discorda do que está projetado para aquela zona norte da cidade, entre o hospital e Talvai. Desde logo, critica a construção de uma rotunda na Avenida 9 de Julho, “em cima de outra rotunda [a de Santo António] só para servir um interesse privado”, numa referência à superfície comercial projetada. Afirmando não estar contra ninguém, o ex-autarca diz que assinou a petição “apenas para defender os interesses de Famalicão”. “Nos 12 anos em que presidi aos destinos da Câmara Municipal estabeleci uma linha vermelha: dentro do perímetro urbano da cidade não haverá grandes superfícies. Continuo a pensar assim”, justificou.  

Ao contrário do que afirmam os contestatários, esta Unidade de Execução Urbanística é encarada pela Câmara Municipal como uma “autêntica revolução” em termos de mobilidade, nomeadamente, na ligação da zona de Talvai à cidade e também na melhoria dos acessos ao Hospital de Famalicão. O executivo liderado por Mário Passos entende que a zona sairá beneficiada realçando também a construção de um parque de estacionamento público com capacidade de perto de 100 lugares, que servirá o hospital.

Recorde-se que a área delimitada nesta nova Unidade de Execução Urbanística localiza-se junto da Avenida 9 de Julho e da Rua Norton de Matos, a norte do Hospital S. João de Deus, na União das Freguesias de Famalicão e Calendário, e abrange uma área com cerca de 23 mil metros quadrados.

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