Famalicão
Painéis de azulejos da Fundação Cupertino Miranda vão ser restaurados
Dentro de sete meses os icónicos painéis de azulejos da Fundação Cupertino de Miranda estarão totalmente restaurados.
A obra, da autoria de João Charters de Almeida e Silva, vai sofrer, já em julho, uma intervenção com o intuito de preservar a arte original do artista, que se tornou referência em Famalicão.
A torre da Fundação, com 34 metros de altura, é revestida exteriormente, em toda a sua extensão, por quatro painéis de azulejos superiores, mais seis ao nível do piso do rés-do chão. Trata-se de um edifício emblemático tanto pelo seu revestimento azulejar, como pela estrutura helicoidal interior da torre com 10 pisos.
As obras “de grande importância e complexidade” foram anunciadas na passada segunda-feira, pelos presidentes da Fundação Cupertino de Miranda, Pedro Álvares Ribeiro, e da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha, num trabalho que vai decorrer em colaboração entre as duas instituições.
“Há muito que desejávamos esta obra e que a vínhamos estudando e planeando. Este é momento oportuno, tendo em conta as obras de renovação do centro da cidade”, referiu o presidente da Fundação Cupertino de Miranda. “É um sonho que se concretiza e que nos enche de orgulho”.
Pedro Álvares Ribeiro referiu que, dado o estado de degradação dos painéis e a visibilidade e importância dos mesmos para a identidade da cidade, o restauro vai ser feito com todas os cuidados, para assegurar a melhor qualidade possível.
“Tecnicamente é uma operação complexa, que foi estudada durante muitos anos e queremos assegurá-la com toda a qualidade e com os requisitos técnicos que a Câmara nos indicou para serem seguidos”, sublinhou o responsável.
Para a execução da obra complexa, que deverá estar concluída no primeiro trimestre do próximo ano e que terá a duração de sete meses, a Fundação Cupertino de Miranda contará “com os melhores parceiros que é possível para o efeito”. Trata-se de uma empresa especializada na área (Signinum) e com o apoio científico do Instituto Politécnico de Tomar e da Universidade de Aveiro, através do professor Ricardo Triães, que dará apoio na análise e na seleção das melhores técnicas e materiais.
O orçamento para a recuperação ronda os 300 mil euros, sendo que a Câmara Municipal vai comparticipar com metade do valor, ou seja, 150 mil euros.
Para o edil, este é o momento oportuno já que se beneficia da execução das obras de reabilitação urbana, que decorrem no centro da cidade, onde se situa precisamente o edifício da Fundação Cupertino Miranda.
Paulo Cunha salientou a importância desta obra para a cidade e para o território, destacando que “toda esta zona envolvente está a ser intervencionada e com esta obra vamos conseguir revitalizar esta área central, sabendo do peso que a Fundação Cupertino de Miranda tem aqui”. “Queremos preservar este património cultural, valorizando o espaço exterior, para que este se transforme num cartão de visita ao espaço interior”, acrescentou o autarca.
Obra agrada a Charters de Almeida
Entretanto, o artista autor da obra, João Charters de Almeida e Silva, já se mostrou entusiasmado com as obras de restauro. A intervenção agradou ao autor, que virá a Famalicão quando a obra estiver concluída.
O artista, nascido em Lisboa a 12 de julho de 1935, está representado em museus, fundações e coleções particulares em Portugal e noutros países da Europa, EUA, Brasil, Canadá e Japão. Tem trabalhos de grande escala em espaços públicos em Portugal, Bélgica, EUA, Canadá e China.
Cada painel tem uma alegoria diferente, que representa o intuito do Fundador: À Educação e às Artes; Conjugação dos esforços; O Homem e o Universo; Proteção.
O edifício da Fundação Cupertino de Miranda foi inaugurado a 8 de dezembro de 1972. Atualmente acolhe o Centro Português do Surrealismo, inaugurado em 1 de junho de 2018, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Sem se conhecerem, para já, mais pormenores, a curto prazo a Fundação vai promover uma campanha para envolver os famalicenses no restauro deste ícone da cidade.
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