Economia
Três têxteis de Famalicão unem-se para transformar vestuário velho em novos produtos
As empresas famalicenses Recutex, Fiavit e Lurdes Sampaio aproveitaram a sua experiência e conhecimento em reciclagem têxtil e criaram um projeto em parceria – o “Rfive” – movidas pelo desafio de tornar o velho em novo e de criar um processo baseado no conceito “zero waste (lixo zero)”.
Assim, a primeira empresa faz a reciclagem de fibras têxteis a partir de peças de vestuário sem uso ou em fim de vida que recebe de marcas e desperdícios da confeção; a segunda produz novo fio já reciclado a partir dessas fibras; a terceira usa esse fio com alta percentagem de fibras recicladas na produção de novas malhas que introduz nas suas coleções e que darão origem a novas peças de vestuário.
“A consciência social e ambiental nas empresas tem revelado iniciativas de sucesso na indústria têxtil e do vestuário e este projeto pretende ser um grande contributo para uma cadeia têxtil sustentável e um consumo mais consciente, minimizando o impacto ambiental em todo o seu processo”, explica Conceição Sampaio, CEO da empresa fundada pela mãe, Lurdes Sampaio.
“Trata-se de um projeto chave na mão que incorpora mais de meio século de experiência na produção de fibras recicladas num projeto global”, aponta, por seu lado, João Valério, administrador da Recutex e da Fiavit.
O nome do projeto “Rfive” remete para cinco dos princípios basilares da sustentabilidade e economia circular: reduzir, reutilizar, reciclar, renovar e restaurar.
A ideia surgiu com o propósito de antecipar as normas e os objetivos da União Europeia relacionados com a reciclagem têxtil para 2025, envolvendo desde já as principais marcas no processo, o que, nas palavras daquele responsável, deu lugar a um produto final de qualidade que este consórcio pretende disponibilizar a todos os agentes nacionais e internacionais do setor.
“Agora pode dizer-se, literalmente, que a reciclagem está na moda por força da sua incorporação cada vez maior na cadeia têxtil. Só assim contribuímos para mundo melhor e, nesta matéria, o concelho de Famalicão dá o exemplo”, remata João Valério.
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