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Famalicão

Junta de Lousado contra ramal da Medway que destruirá ecopista da freguesia

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A Junta de Lousado teme que a pretensão da Medway em alterar o projeto do terminal ferroviário de mercadorias que pretende construir naquela freguesia acabe por destruir a via ciclopedonal.

Em causa está a intenção da empresa em construir mais um ramal ferroviário junto do antigo troço da Linha do Minho, atualmente convertido em via ciclopedonal, uma via que, segundo a autarquia lousadense, “corre agora sérios riscos de ser ocupada parcialmente por esse ramal, destruindo a quase totalidade das árvores e plantas existentes”.

Em comunicado, o executivo da Junta de Freguesia diz que a solução apresentada pela Medway “tem impactos significativos” e “não é viável”, pelo que sugere que o referido ramal seja construído paralelamente à atual Linha do Minho e não junto ao antigo troço. 

Numa exposição enviada à empresa, a autarquia de Lousado lembra que, em janeiro de 2021, foi assinado, entre a Infraestruturas de Portugal (IP) e a Câmara de Famalicão, um contrato de subconcessão até outubro de 2042, para a transformação desse troço numa ecopista ou via ciclopedonal. Recorda também que, em setembro desse mesmo ano, foi assinado um outro contrato de subconcessão do direito de utilização à Junta de Lousado, conferindo a esta autarquia a possibilidade de executar a obra e respetiva utilização. 

O executivo lousadense sublinha que foram gastos 250 mil euros na reconversão daquele espaço, que não se limitou à pavimentação da via, mas incluiu a plantação de novas árvores, a inclusão de mobiliário urbano e a instalação de equipamentos de ginástica ao ar livre. Diz também que, por estar enquadrada num espaço “de enorme beleza”, com árvores de grande porte e com vista para o vale do rio Pelhe, a via ciclopedonal tem sido usada “intensivamente” pela população. 

A Junta de Lousado espera agora que a Medway, e também a IP, aceitem a alternativa proposta, afirmando que a Câmara Municipal de Famalicão também partilha da mesma opinião. 

Câmara ao lado da Junta de Freguesia 

Recorde-se que, já em maio de 2023, a vereadora do PS, Maria Augusta Santos, que é lousadense, tinha questionado o presidente da Câmara Municipal, sobre este assunto, adiantando que as alterações ao projeto da Medway poderiam levar à destruição da ecopista de Lousado.

Na altura Mário Passos referiu que ainda não tinha entrado nos serviços da autarquia “nenhum pedido de licenciamento, nem qualquer pedido sobre os terrenos da ciclovia” por parte da Medway, considerando que esse era “um não assunto”. 

O OPINIÃO PÚBLICA procurou, agora, uma reação do Município, que veio por parte do gabinete de imprensa, na qual a Câmara Municipal diz que partilha da posição manifestada publicamente pela Junta de Freguesia de Lousado.

“A autarquia, através dos serviços técnicos do Departamento de Ordenamento e Gestão Urbanística, já deu nota do seu parecer à Medway e à IP, solicitando a apresentação de uma proposta alternativa, pela qual ainda se aguarda”, conclui.  

Mas a contestação ao projeto da Medway não se fica pela autarquia. A Fundação Mundos de Vida, instituição de Lousado com valências dedicadas à infância e terceira idade, também já tomou uma posição pública contra a construção do referido ramal, instigando os lousadense a agir e a “impedir que o futuro seja um cenário de destruição da natureza, de ruído permanente e de destruição da ecopista”. 

A Mundos de Vida, que tem um bosque junto ao local, teme o abate de árvores e a “perda de vista para a paisagem do rio, devido à barreira que será formada pelos contentores”.

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