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Famalicão

Casa da Juventude, aberta há 10 anos, representa um ponto de viragem

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O percurso da Casa da Juventude é atribulado e intenso e pode muito bem ser uma aula de História para os que a frequentam. Um belo edifício desde o seu nascimento, em finais do século XIX, e agora, igualmente belo, mas adaptado aos seus inquilinos.

Quem chega e olha pode achar que o espaço foi construído há 10 anos, para servir os jovens do concelho, mas está longe disso. Foi construída para acolher uma família no século XIX, que a chamaram de Casa do Campo. Depois, foi o lugar onde milhares de famalicenses aprenderam a ler e a escrever e, mais tarde, a frondosa habitação de azulejo verde foi a sede do PCP. Foi nesta condição que, no Verão Quente de 1975, foi palco de diversos tumultos, nomeadamente um tiroteio que levou à morte de duas pessoas. A aula de História está dada e o presente escreve-se com linhas completamente diferentes.

Em 2013 nasceu em Famalicão, no coração da cidade, a Casa da Juventude. A então Casa do Campo tinha sido transformada num espaço arrojado, mas sem perder a sua traça, para não perder a sua história. Foi recuperada a fachada, mantidos os azulejos verdes, e foi reabilitado o interior, composto por rés-do-chão e dois pisos, que implicam um conjunto de espaços, equipados e preparados para responder a todo o tipo de atividades e iniciativas: um auditório, laboratório de fotografia analógica, sala de ensaios/estúdio de gravação, bar, espaço internet, espaço de estudo, sala multiusos, sala lúdica, gabinete médico, gabinete de atendimento e sala de reuniões.

A obra implicou um investimento total de 764 mil euros, e, na altura, o presidente da Câmara era Armindo Costa que, no dia da inauguração, disse sentir “um imenso orgulho pela forma como conseguimos restaurar este edifício e pelas valências que aqui conseguimos criar para a juventude famalicense”.

O pelouro da Juventude era, então, liderado por Mário Passos, o atual presidente da Câmara. Hoje, olhando para trás, o edil recorda-se que “acompanhou de forma muito direta” o nascer da nova Casa da Juventude.

“Mais do que um espaço bonito e acolhedor, simboliza o quanto os jovens são prioritários para a Câmara Municipal de Famalicão”, diz Mário Passos que defende que o sucesso da Casa da Juventude “é o sucesso dos nossos jovens que aqui encontram condições de excelência para a concretização dos seus projetos pessoais e profissionais”.

“Enquanto autarcas, nada nos deixa mais satisfeitos do que ver o fruto das nossas apostas. É por isso que, dez anos depois, só me posso sentir concretizado por olhar para a Casa da Juventude de Famalicão e continuar a ver neste espaço uma aposta mais do que ganha”, acrescenta a propósito Mário Passos.

“Foi um ponto de viragem”

E passados dez anos, a Casa da Juventude está a servir o seu propósito? “Completamente”, diz a atual vereadora da Juventude, que arrisca mesmo a dizer que a abertura de portas deste espaço foi um ponto de viragem “não só na relação de proximidade que existe entre a autarquia e os jovens famalicenses, como também na participação dos jovens na vida comunitária”.

Luísa Azevedo diz ter não ter dúvidas que os jovens famalicenses gostam da Casa da Juventude, “sentem-se bem aqui, sentem-se ouvidos e sabem que aqui a nossa maior preocupação é o seu desenvolvimento pessoal e profissional”.

E os números comprovam isso mesmo. Nos últimos 10 anos, passaram pela Casa mais de 25 mil jovens. E, segundo a vereadora, a relação vai muito além da simples passagem ou presença no espaço, “até porque os jovens procuram-nos por via de outros canais e participam ativamente nas iniciativas promovidas pela Casa da Juventude e pelo pelouro da Juventude noutros espaços”.

E quem é que pode frequentar a Casa da Juventude? De acordo com o Regulamento, os espaços destinam-se a jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 35 anos. E qual é o perfil desse jovens famalicenses? São, desde logo, interessados em diversas áreas e isso verifica-se pela diversidade de informação que procuram junto da Casa da Juventude. “São muito bem informados, atentos à realidade que os rodeia, com muita curiosidade e vontade de participar na vida pública e, sobretudo, preocupados com os problemas e desafios que a sua geração enfrenta”, sublinha Luísa Azevedo.

Tendo em mãos o Plano Municipal da Juventude, apresentado em maio passado e que vai vigorar até 2026, a vereadoraapontaesforços para o futuro, que passam por dar resposta às maiores preocupações dos jovens que são, segundo o mesmo documento, a saúde, educação, emprego, ambiente e habitação. “Saber que estão atentos ao mundo que os rodeia é algo que me tranquiliza, porque sei que não estão alheios à realidade, mas sim vigilantes e cientes dos desafios que têm pela frente, mas preocupa-me que o nosso país não esteja a ser capaz de dar resposta aos problemas”, frisa Luísa Azevedo que garante, no entanto, que no que toca à autarquia, “só lhes posso garantir que estamos a trabalhar para que possam crescer em pleno e ver os seus projetos pessoais e profissionais bem-sucedidos e que vamos continuar a promover o crescimento e desenvolvimento do concelho sem hipotecar o seu futuro”.

No que diz respeito a respostas e estratégias políticas para as preocupações apontadas no Plano, a vereadora salienta a abertura de portas das novas salas de estudo da Estação Rodoviária, o arranque do concurso público para a construção da futura Residência Universitária e as duas Ofertas Públicas de Aquisição de imóveis que a autarquia lançou este ano, para a construção de mais de 300 frações habitacionais, como bons exemplos de como as políticas municipais estão a ir ao encontro dos problemas e preocupações dos jovens famalicenses.

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