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Opinião

20 Anos

Publicado

em

Por Domingos Peixoto

Foi em 16 de dezembro de 2001, estávamos em vésperas da entrada no euro (€), a que se convencionou chamar a “moeda única”. Nesse dia, em VNFamalicão, consumou-se, objetivamente, a “grande cisão” no PSFamalicão e, consequentemente, a vitória da coligação de direita famalicense “Mais Ação Mais Famalicão) PSD/CDS, liderada por Armindo Costa e Nuno Melo.

Tema já muito referido e lembrado, inclusivamente por mim, mas nunca será demais para nos situarmos e atualizarmos na história autárquica recente, pós 25 de Abril! do município.

Isto porque, um pouco a exemplo do que o governo do PS fez com apoio maioritário parlamentar à esquerda, nomeado pela “insuficiência” de maioria Passos/Portas, Armindo Costa reverteu quase todas as medidas tomadas pelo PS já “esfrangalhado” na câmara.

Recordo aqui apenas duas dessas medidas para poder ir ao assunto concreto que aqui quero trazer por hoje:

– suspensão do projeto para uma travessia de Talvai para a zona a norte do hospital sem interferir com a av. 9 de Julho, ali junto ao antigo tribunal;

– conflito judicial com os promotores imobiliários contíguos ao Parque de Sinçães. No primeiro caso tudo permanece na mesma, haveria de jurar sem a mais pequenina alteração! Na segunda reversão a coligação apressou-se a “indemnizar em 500.000€ o proprietário”. Neste caso só há cerca de 2 anos começaram obras de construção locais!

Vamos, então, ao assunto dos nossos dias: A intervenção imobiliária na zona circundante ao Palácio da Justiça, uma obra do tempo de Costas; Alberto, ministro e Armindo, presidente de câmara.

Antes de mais uma retificação. Eu pensava que era a área a sul do tribunal mas, afinal, é quase toda a área envolvente, inclusive a nordeste, com ligação à rua de Gavião Real e, pasme-se, também aqui está envolvida uma significativa área de plantação de kiwis, sabe-se lá se ela também antes subsidiada e agora descartada!

Já lá vão 20 anos e – apetece dizer, como o poema e a canção: “…é muito tempo…” – a coligação não avançou com nada, sendo que “o grande proprietário” e mecenas bracarense – de que há muito pouco tempo partiu para a eternidade talvez o seu principal obreiro, a quem se presta homenagem – aproveitou para hegemonizar a sua titularidade de vários lotes (à exceção de 1), a intervencionar!

Diz a autarquia, com enorme relevo publicitário, que “teve em conta o prolongamento do corredor verde para norte, a renaturalização do ribeiro que corre a par do bairro de S. Vicente, a duplicação da av. Pinheiro Braga e a regularização do trânsito com a criação de 2 novas rotundas entre a da Variante Nascente e a de S. António”.

Pois bem, terreno preservado à construção pela câmara de Agostinho Fernandes, tal qual o da Devesa. Será que o corredor verde vai ter as características estruturantes e emblemáticas do parque de Sinçães com a manutenção de uma significativa área de permeabilização pluvial e com a interligação intrínseca com 3 instituições das vidas cultural, laboral e social famalicenses? E quanto ao imobiliário vai manter uma separação e preservação de limites razoáveis para o chamado crescimento harmonioso da cidade? E quanto à duplicação da via, afinal os exemplos socialistas das av. Carlos Bacelar, Marechal Humberto Delgado e Descobrimentos, com todo o enorme esforço da criação de canais de saneamento e do ribeiro de Talvai são ótimos para serem seguidos? Só mais uma questão; está equacionada uma eventual poluição do ribeiro que por vezes dá à boca de saída da ribeira de Talvai já em pleno Parque da Cidade antes de desaguar no pelhe?

Não tive “capacidade” de entrar na discussão pública via zoom, mas não é a primeira vez que me empenho nestas questões famalicenses. 20 anos é muito tempo…

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