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Opinião

Pela floresta do nosso concelho

Publicado

em

Por António Cândido Oliveira

Segundo informações que pudemos obter junto do nosso Gabinete Técnico Florestal (GTF) e que seguimos de muito perto, o concelho de Vila Nova de Famalicão, que tem cerca de 200 Km2 de superfície, possui cerca de 54,5 Km2 de floresta o que corresponde a cerca de 27% do nosso território, sendo na sua grande maioria composta por eucalipto (cerca de 40km2) e pinheiro bravo (um pouco mais de 11km2).

Temos assim uma área florestal pequena e demasiado pobre em diversidade de espécies com grande prejuízo da floresta autóctone representada, para além do pinheiro-bravo, apenas por pequenos bosques de carvalho alvarinho (Quercus robur), sobreiro (Quercus suber), e castanheiro (Castenea sativa). São pequenas manchas ou mesmo exemplares isolados, dispersos por diversas freguesias, não quantificáveis em superfície, mas que possuem um elevado valor ambiental e de património natural.

A vegetação arbórea do nosso concelho, junto dos cursos de água, é constituída essencialmente por amieiros (Alnus glutinosa), freixos (Fraxinus anglustifolia), ulmeiros (Ulmus minor), choupos (Populus nigra) e salgueiros (Salix alba).

Tendo em conta a área e composição da nossa floresta há que agir urgentemente em várias frentes para a valorizar e diversificar e também para diminuir o perigo e os efeitos dos incêndios (o eucalipto e o pinho são um enorme perigo).

Todos sabemos que a floresta, com pequeníssimas exceções, está nas mãos dos privados e não do Estado ou das autarquias locais (municípios e freguesias), mas isso não pode ser motivo para não agir.

Pelo contrário, as nossas autarquias locais e principalmente o município tem um importante papel a desempenhar.

Desde logo, fazendo regularmente um cadastro completo do nosso património florestal e planeando o que deve fazer-se para o valorizar e aumentar.

O que estiver nas mãos de municípios e freguesias por estas entidades deve ser feito e assim de um modo organizado e continuado devem promover a plantação de árvores autóctones nos espaços de que são titulares e estimular os particulares a fazer o mesmo. Para incentivo dos particulares as autarquias locais devem oferecer árvores apropriadas e dar apoio mais substancial para todos aqueles que queiram fazer plantações que enriqueçam a nossa floresta. Há seguramente meios para esse efeito.

Todo este trabalho deve ser acompanhado pelo GTF e fazer um relatório anual dos progressos havidos. Melhorar a nossa floresta, diversificando-a e aumentando-a deve ser uma importante política pública do nosso município, colocando-o na linha da frente no nosso país.

PS – O tempo extremamente seco que se tem feito sentir neste outono/inverno só é “bom” para quem vive nas cidades e vilas. Para quem tem consciência ambiental ou vive da agricultura o tempo está muito mau e os citadinos sentirão mais cedo ou mais tarde as consequências.  

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