Opinião
(R)azia à esquerda
As presidenciais de 2021, em Vila Nova de Famalicão, vieram claramente demonstrar uma pesada derrota da extrema-esquerda liderada pelas candidaturas de Marisa Matias e João Ferreira que viram algum do seu eleitorado votar em Ana Gomes para minimizar os estragos provocados pelo candidato populista da direita radical, André Ventura, que também sugou votos ao PCP e Bloco de Esquerda.
Igualmente assinalável é o fato do candidato Tino de Rans ter conseguido posicionar-se à frente de Marisa Matias, Mayan Gonçalves e João Ferreira, tendo sido o grande vencedor da noite em Famalicão ao secar estes três. Com o devido respeito por Vitorino é caso para (R.I.R) e sinónimo que várias centenas de famalicenses votaram em protesto contra o sistema instalado, bem como deram a Ventura um confortável 3º lugar, fruto também desse descontentamento e dos votos que alcançou junto de algum eleitorado social-democrata e centrista, em claro protesto contra Marcelo Rebelo de Sousa que defraudara, em várias ocasiões e em casos bem sensíveis da política nacional, estes eleitores, em claro casamento com António Costa. Posto isto, creio que André Ventura, oxalá não me engane, jamais, quer cá pelo nosso município, quer no país inteiro, atingirá um score tão assinalável quanto este, fruto da sua personalidade conflituosa, populista e radical, assim como, pelo seu vazio de ideias, insegurança e volatilidade nas suas posições políticas. Um partido não pode viver de uma só figura e o Chega é definitivamente parco em outros protagonistas. Mas André está para ficar e no interior de Portugal, onde os eleitores representam pouco numa eleição nacional parece que o seu discurso fácil e demagogo acabou por destruir vários feudos e bastiões comunistas.
A vitória de Marcelo Rebelo de Sousa é contundente e reveladora da estabilidade que os eleitores nele procuram para equilibrar o jogo político-partidário. Já Ana Gomes foi dizimada pelo seu próprio partido, salvando-se-lhe os votos da esquerda mais radical para ultrapassar Ventura. Foram, por isso, eleições sui generis em que metade dos eleitores não votaram em consciência, votaram sim pelo dever cívico sem grande convicção e certeza.
É caso para todos refletirmos sobre o que tem funcionado mal no regime democrático português, desde os líderes políticos, agentes judiciais e comunicação social que envenena a opinião pública com a sua parcialidade e em que os jornalistas querem ser juízes de mão dura para com os atores políticos. Para finalizar, urge repensar o sistema eleitoral português criando novas condições e ferramentas digitais para que possamos votar em casa através do voto eletrónico, por exemplo, pois a democracia fica ferida de legitimidade e representatividade.
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