Opinião
Viva o PR
Domingo foram as eleições; acabaram-se as tensões; sobram novas preocupações.
Para Tino de Rans, cuja terra nunca teve a visita de rei, e porque está no mapa espera a visita de Marcelo, aliás prometida e não cumprida, acusa.
Tiago, após o dia de descanso, é voltar ao seu normal mas com a necessidade de trabalho político partidário.
Já Marisa, que continuará no PE, vai dar muito trabalho a Catarina e seus pares para recuperar o que continuou a perder.
Quanto a João, que igualmente ficará pelo PE, vai começar a alinhavar estratégia juntamente com Jerónimo para a necessária sucessão como secretário geral
Mas André tem um caso sério, desde logo a demissão prometida se ficasse atrás de Ana. Claro que ele já esqueceu a promessa, até que fez um aviso aos portugueses, principalmente uma ameaça a Rio: jamais haverá um governo alternativo à geringonça sem a (leia-se, minha) participação do Chega!
Ora, pelo que fica dito quanto aos cinco últimos, resta Ana, que não conseguiu o objetivo primeiro – forçar uma segunda volta -, mas ficou em segundo, não tendo das tarefas mais fáceis. Precisa de capitalizar os seus votos junto do PS, ainda de Costa, mas não pode deixar de pensar em dividi-los com o PAN e o Livre.
E chegamos ao presidente e reeleito Marcelo que, por essa via tem tarefa mais fácil. Porém, sobra-lhe uma enorme dor de cabeça, ignorando a parte política, que se colocará mais lá diante: tem a pandemia para resolver já que foi a sua primeira razão para se recandidatar, reconheçamos que já muito tarde, mas ele estava de “fito” feito não tenho dúvidas.
Contudo, e importa dizer alguma coisa, os resultados de André e Marcelo, para além da questão relativa do PS, têm uma grande importância (problema) para PPD e CDS. Rio fez as suas “reivindicações” para o centro, excluindo aliás o PS, e Francisco, com a ameaça de implosão com Melo à ilharga, pôs-se em bicos de pés a “garantir” que o seu candidato tinha ganho com larga maioria e, portanto, era estapafúrdio alegar aquele problema de implosão.
Como dizia o meu irmão, nos comentários da evolução dos resultados na noite eleitoral, vai ser muito interessante ver quem são os (clandestinos) protagonistas locais IL e Chega – já que os demais partidos (do sistema?) têm a questão praticamente resolvida -, nas próximas autárquicas de outubro. Mas de uma coisa estou seguro: para a câmara a coisa será fácil, pelo menos no IL, que estará praticamente definido, pois não se deixa um partido para ingressar noutro sem uma “retribuição” à medida. No Chega não faltará também gente ávida do “cacete, do insulto, de mais sangue e lágrimas derramados por quem já tanto jorrou!
Tendo feito esta deambulação importa ver outra questão, esta mais séria: o significado da abstenção, 60,51%! Desde logo sete candidatos e o nosso sistema partidário – uma grande variedade de escolha – não são suficientes para levar a maioria dos portugueses às urnas, apesar da pandemia que não justifica tudo, pois já vem de longe uma grande abstenção.
Em cada 100 eleitores só votaram 40, pelo que temos um presidente eleito por apenas 24 eleitores em cada 100! Ora, se não está em causa a legitimidade nacional e política para o desempenho do cargo, não deixa de ser verdade que a representação do povo português se revê simplesmente em menos de um quarto da população!
Claro que temos a diáspora e que “quem não votou que votasse”, mas é um problema que urge resolver…
Não sei se é o sistema democrático, desde logo o eleitoral, mas não se pode continuar a “assobiar” para o lado, por muito que interesse aos partidos que tudo fique na mesma, sob pena de criarmos um monstro e voltarmos, mais cedo do que possamos imaginar à ditadura!
Viva o Presidente da República!
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