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Opinião

Revolta na Marinha

Publicado

em

Por Domingos Peixoto

A notícia, seca, surpreendeu os portugueses: “Um navio da Armada não cumpriu uma missão de vigilância por uma parte da tripulação se recusar a cumprir a ordem, alegando falta de segurança técnica da embarcação”!

Entretanto soube-se que a função era “vigiar” um navio russo ao largo da Madeira…

Não terá faltado quem pensasse: coitados dos marinheiros portugueses, iam meter-se numa “casca de nós” a vigiar uma espécie de couraçado!?

Mais aclaradas as coisas, metade da guarnição rebelara-se contra a ordem do comandante do navio, assumindo que este não tinha os meios técnicos de reserva para garantir a eficácia da operação e a segurança das tropas e dos meios, por falta de manutenção do equipamento de locomoção.

A oposição e alguns antigos chefes superiores das forças armadas caíram em força sobre o governo: “É inadmissível que haja meios militares das nossas forças armadas com falta de manutenção por desinvestimento em segurança militar”!

O Presidente da República também deu uma ajudinha: É preciso averiguar o que se passou, mas, agora, temos que garantir verbas para a manutenção destes meios militares…

Na verdade, o que houve foi um ato de indisciplina, mesmo uma conspiração contra a ordem do comandante do navio, caso que tem que ser tratado como tal. Um representante dos revoltosos chegou a defende-los dizendo que estavam disponíveis para o serviço, alegando que até tinham formado no cais…. Ora, obedecendo a quem fora do navio se a missão era ocuparem os seus lugares a bordo para zarparem em direção ao navio russo?

Andaram muito mal estes militares, sobretudo estiveram inconvenientemente aconselhados, isto se não de der o caso de, eventualmente, terem sido razões ideológicas a determinar a sua indisciplina, pela qual vão pagar caro.

Quanto ao CEMA, Almirante Gouveia e Melo, que tinha tudo para “brilhar” neste caso – como na pandemia -, optou por “um espetáculo perante as televisões”, que nada abona em sua defesa, “queimando” todas as eventuais aspirações a outros voos!

Numa linha de comando hierarquizada é muito estranho que não tenha havido um comando intermédio entre o comandante do navio e o posto mais elevado da armada para dar a ordem aos revoltosos – sendo que estes eram de baixa patente – para abandonarem o meio naval e se apresentarem em Lisboa para a instauração dos processos disciplinares e criminais.

O que podemos concluir de tudo isto é que as nossas Forças Armadas dispõem de meios militares com muitas carências, quiçá sobredimensionados para as nossas necessidades, onde se tem enterrado dinheiro a rodos e onde há enormes divergências quanto à estrutura de defesa, isto apesar dos “sucessos” reconhecidos nas operações internacionais onde têm participado.

PS: No dia em que escrevo vai decorrer uma sessão de esclarecimento promovida pela câmara, sobre a Execução Urbanística, zona norte da cidade, junto ao hospital.

Os argumentos estão todos lançados, os promotores “discutiram” tudo o que tinham a discutir com o município, este já deu o seu aval à superfície comercial, ao parque de estacionamento, à zona habitacional, à rotunda na EN204 e até alega a eliminação de uma área de risco sanitário existente… Já lá houve gado, agora só existem galinhas, patos e gansos e será preciso uma urbanização para lhes por fim se houver risco sanitário? Já não há mais nada a esclarecer a não ser, eventualmente, encravar mais as saídas do hospital e tolher o seu crescimento ou áreas de apoio.

Eu não tenho condições para comparecer mas ainda espero poder deixar a minha opinião contrária a mais esta “usurpação” de espaços verdes na cidade.

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