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Opinião

Vacinas: má organização?

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Por António Cândido Oliveira

Este episódio vai contado sem nomes e sem outros dados mais concretos apenas porque o que interessa é contribuir para melhorar as coisas e não pedir responsabilidades. A tarefa que vem aí é muito exigente.

Do Centro de Saúde de Vila Nova de Famalicão (Alto da Vila) telefonaram para casa de uma pessoa com mais de 80 anos, residente no perímetro urbano da cidade, para ser vacinada. Responderam que já tinham recebido um telefonema do Centro de Saúde, algumas semanas antes, e quem atendeu (filha) repetiu que a pessoa em causa estava acamada há anos. Do Centro de Saúde insistiram e perguntaram se não poderia, mesmo assim, ir de automóvel e ser vacinada sem sair dele. Respondeu-lhe a filha que sim, que era complicado, mas que arranjava modo de a levar. Marcaram então o dia da vacina para dois dias depois, para o dia 25 de março de 2021 entre as 10 e as 12h. Perguntou ainda qual a melhor hora em concreto e disseram-lhe que pelas 11 horas.

Assim fez e apareceu até um pouco antes, para não falhar, no centro de vacinação da Didaxis/IPCA em São Cosme do Vale. À chegada foi atendida por duas pessoas que perguntaram a identificação e ao verem o nome disseram-lhe que a vacinação estava marcada para as 16,30h desse dia. Reagiu a filha e disse que fora informada que devia estar ali de manhã. Não faz mal, disseram. Disse também que lhe informaram que a mãe ia ser vacinada dentro do automóvel. Responderam que isso já não era da sua conta e que fosse para a fila receber a senha. Estavam à frente talvez umas 50 pessoas. Pouco depois das 11h recebeu a senha e disse, de novo, que a mãe estava no automóvel para ser vacinada.

Nós não vamos vacinar ao carro, responderam.  “Já viu a quantidade de pessoas idosas que está aqui?” Agora tem a senha, espere a sua vez e quando tiver uma cadeira livre, utilize-a para trazer a mãe.

Foi buscar a mãe, com a dificuldade de uma pessoa acamada, quando lhe arranjaram uma cadeira e esperou, esperou. Foi vacinada às 13,00h.  Esperou mais meia hora dentro do pavilhão e tudo correu bem. Saiu às 13,30h e chegou a casa e deitou a mãe. Já eram perto das 14 horas.

Não se compreende. Mais de três horas no centro de vacinação para tomar uma vacina previamente agendada não é aceitável. Descoordenação e má organização é a conclusão que se pode tirar. Não havia e deveria haver um responsável livre de outras tarefas para coordenar, informar devidamente e resolver problemas. O trabalho da “task force” vê-se nestes casos. Famalicão com mais de 130.000 habitantes tem apenas um centro de vacinação. É preciso organizar tudo muito bem, pois casos como estes  não são de admitir.

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