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Opinião

Intolerável

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Por Domingos Peixoto

Temos vivido em termos políticos e comunicacionais dias verdadeiramente agitados, talvez mais, até, efervescentes.

Todos sabemos que de há um ano e pouco para cá há uma maioria parlamentar estável, correspondente à vontade popular manifestada por essa altura. De então para cá, insatisfeitos com os resultados das urnas a oposição, o senhor Presidente da República (PR), muitos comentadores e alguma comunicação social vêm desenvolvendo uma narrativa como que o povo fosse, apenas, o minoritário que deu o seu voto à oposição, onde se incluem sindicatos e grupos profissionais que têm vindo a fazer reivindicações de classe.

É verdade, alguns membros do governo têm-se envolvido em “trapalhadas” tais que dão aso a um populismo exacerbado e perigoso, ao mesmo tempo que acarretam ao Primeiro-Ministro (PM) carradas de problemas com exonerações e novas nomeações. Mas é a este, ao chefe do governo, que compete, exclusivamente, a resolução dos problemas no seu seio.

A Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, como que de um verdadeiro tribunal se trate, a cada audição de intervenientes no processo desde a caricata e inverosímil indemnização a Alexandra Reis, “provoca uma espécie de sentença” como se não houvesse mais audições, contraditórios e “verdades” por apurar.

Assim, sustentados pelo “eco” comunicacional, as redes sociais, certos comentadores e órgãos de comunicação social, a oposição e PR tem sido protagonistas de “exigências públicas” de demissões e condenações de membros do governo, não deixando ao PM outra alternativa que não seja a de “resistir”, porventura contra vontade, a essas exigências, sob pena de se deixar condicionar.

O “caso Galamba” foi gota de água a transbordar nas relações Belém e S. Bento: O PR “exigiu publicamente a demissão” do ministro; Galamba apresentou demissão; o PM, face ao “alarme social do caso”, compreendia as razões de Galamba, mas, contudo, não aceitava a demissão “certo que estava que o ministro não tinha praticado os atos de que o acusavam”.

Em direto, todos os canais esperavam a intervenção do PM e tinham comentadores “a traçar o enterro político” do ministro. Na SIC notícias, até aos últimos segundos da entrada do PM, Ricardo Costa tomava “todas as dores” de Frederico Pinheiro e era, porventura, o mais ousado acusador de Galamba… Andou uns dias sem dizer nada, mas, após a inusitada acusação e carregada de adjetivação negativa do PR a Galamba já voltou ao mesmo ritmo.

Pouco interessam os resultados económicos e os contributos concretos para a atenuação dos problemas das classes mais desfavorecidas. O que interessa é “criar” entraves, colocar areias na engrenagem do governo, vindos de fora e de dentro do PS. O clima que se vive é intolerável, com o PM possivelmente a não sair beneficiado, tão pouco o PR. Mas certo é que o Povo está a perder, apesar de as instituições estarem em pleno de funções!

PS: Famalicão – a cidade e o concelho, parece mais airoso. Ao passar em certas ruas e estradas como que do ar vem mais luz… O município e muitos particulares têm vindo a derrubar cada vez mais árvores… é de fazer doer a alma, sobretudo quando se anda a afirmar aos 4 ventos que o concelho está mais ecológico, mais verde com vários milhares de árvores plantadas, rios e suas margens renaturalizados…

É uma falácia. Até pode haver razões para o abate de algumas árvores doentes ou com raízes a deteriorar passeios e ruas, mas, nunca são substituídas por arbustos. Para que isso fosse possível era necessário um número significativo destes para repor a capacidade de oxigenação de uma frondosa copa. E nas matas não há substituição, quem sabe, talvez mais plantações de eucaliptos!

As terraplanagens continuam, o interesse imobiliário é a prioridade, os problemas habitacionais, no concelho e no país continuam. Bem prega Guterres … ao vento…

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