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Opinião

Produção de energia

Publicado

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Por Domingos Peixoto

Quando a seca começou a preocupar mais, por um lado, em resultado da falta de chuva em quantidade adequada para manter a humidade dos solos em condições de “favorecer” o crescimento e o normal desenvolvimento dos produtos para a base alimentar em particular, para a agricultura e para a floresta em geral e, por outro lado, com a consequente descida dos níveis aquáticos das albufeiras para os vários fins, estavam em progressão medidas de implementação de redução da produção de gases com efeito de estufa que muito contribuem para as alterações alarmantes das condições climáticas.

Em face da necessidade absoluta dessas medidas Portugal, no âmbito da ONU, havia-se comprometido a fechar as centrais elétricas a carvão. Medida arrojada, diga-se, para um pequeno país muito dependente das importações de produtos essenciais para o dia a dia nacional, desde a alimentação à indústria com consequências na economia, desde logo na produtividade e na competitividade de preços.

Os céticos das reais capacidades de Portugal e dos portugueses, os ideologicamente formatados para o “negacionismo” da gravidade das alterações climáticas e os oposicionistas do governo logo argumentaram duas ou três coisas:

– O encerramento das centrais a carvão obrigou a um aumento da produção de energia hídrica, causando o quase esgotamento das barragens!

– A capacidade portuguesa de produção de energia eólica e fotovoltaica (solar) é diminuta e deixa-nos dependentes do estrangeiro!

– Portugal verga-se aos países poderosos e obriga-se a consumir energia importada produzida a carvão! Portanto, conclui-se destas 3 críticas que Portugal tem tomado medidas erradas, elas próprias causadoras do esvaziamento das barragens, não tem capacidade de decisão própria e está, assim, a tornar, objetivamente, mais difícil a vida dos portugueses!

A “talhe de foice” o JN do último domingo, 4 de setembro, insere na página 6 uma informação preciosíssima sobre a atualidade do setor energético – que, de algum modo, responde cabalmente aquelas questões e pode repor a verdade, trazendo “luz para a escuridão” que se gerou e muitos nos querem impor a este respeito…

Permito-me citar – porque o JN está disponível para quem quiser ler tudo – e resumir alguns aspetos, naturalmente com vénia ao autor do trabalho, Alfredo Maia:

 – As metas traçadas para as energias renováveis para 2022 podem ser ultrapassadas;

– Nos primeiros 7 meses as renováveis tiveram uma fatia de 55,7% da energia gerada;

– Só a capacidade eólica cresceu, em 9 anos, 644%;

– As barragens mesmo a níveis muito baixos produziram energia numa parcela significativa;

– Mesmo assim a energia produzida ainda provém 39,4% de fontes fósseis (gás natural, sobretudo, digo eu);

– E com isto Portugal reduziu a emissão de gases numa percentagem significativamente superior à emitida e poupou a importação de € 2192 milhões em gás natural!

Claro que a guerra à Ucrânia não ajuda nada, mas para quem diz que Portugal é um “pedinte” – o que dizer de muitos dos nossos grandes capitalistas, como se tem visto – esta situação energética desmonta completamente a tese!

PS: Se a entrega de armamento à Ucrânia para se defender da agressão externa é um contributo para a guerra, como diz o PCP, o que devemos fazer, para além da retórica, para acabar com ela e restituir a liberdade e os territórios ao seu povo?

O PS vai a votos e há “paineleiros e opinadores que gostam de meter frases subrreptícias”; talvez se devam incluir, também, “speakers” e alguns descobridores recentes da verdade absoluta. As obras na av. Pinheiro Braga contrariam a minha opinião de que a obra pública fica sempre para o fim. Ainda bem que me enganei…

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