Opinião
Por Famalicão
Ao passar um ano sobre a sua eleição para presidente da Câmara, Mário Passos manifestou orgulho pelo facto tendo em conta o trabalho desenvolvido. É verdade que há “abertura” de obras, conclusão de outras e algumas inaugurações. A par dos auto elogios não podem deixar de ser consideradas outras tantas ou mais críticas vindas da oposição.
Não esqueçamos que a Coligação PSD/CDS está a presidir ao Município vai fazer 21 anos em dezembro, com todas as condições democráticas – e todas as condições económicas e financeiras criadas por si próprios dizem (diziam) eles – para uma gestão sem sobressaltos. Daí não podermos ignorar – como a direita “costuma dizer” ao governo da Nação – que já tiveram tempo para resolver os problemas do concelho e da cidade.
Não esquecendo o atual mandato, que, aliás, ainda tem muito que resolver do passado (!), lembramos só 2 ou 3 assuntos que carecem de solução:
1 – Há quantos anos se deixou de falar da Variante Poente após a Coligação ter reivindicado para si a obra da Variante Nascente? Será que os problemas do trânsito ao passar por Famalicão estão resolvidos?
2 – O Saneamento e a Água Potável que tantas críticas ao PS – por pouco terem feito nos 20 anos anteriores -, mereceram da Coligação em 2002, e que, segundo Armindo Costa, estariam resolvidos nos seus mandatos, já estão concluídos ao fim de mais 21 anos?
3 – O trânsito caótico na cidade, nomeadamente às horas de ponta, já tem solução apesar das “rotundas normalizadoras, das novas avenidas e ruas e da descaracterização completa da “nossa rotunda”? Aqui importa lembrar que um “grande conflito” entre a maioria e a oposição era a questão do QREN para as obras do Estado nas escolas. Ora, as escolas secundárias da cidade, Camilo e D. Sancho, foram completamente transformadas para acolherem os nossos alunos e o trânsito na zona, até hoje, não deixou de se agravar…
Voltando ao 1º ano do exercício de Mário Passos, gostaria de expender algumas considerações:
– Tem um estilo de ação que, goste-se ou não, é muito diferente do dos seus antecessores mas vai na mesma linha de gestão, por um lado porque as políticas já vinham de anteriormente e porque a maioria dos protagonistas são os mesmos e, por outro lado porque em termos municipais, para além de não termos carências da ordem de outros municípios, não temos capacidade para um determinado número de obras a não ser com recurso à associação com os concelhos vizinhos, em “rede”, como se diz, com parcerias com privados e, sobretudo, com o recurso aos fundos comunitários, não esquecendo que estes “geram sempre” uma parte de encargos que os nossos mais jovens e vindouros terão que suprir.
– A rua 5 de Outubro, ao contrário da opinião oficial, não vai resolver nem facilitar o trânsito na zona escolar, quando muito vai permitir que alguns automóveis se aglomerem por ali e, depois de alguém ir buscar os alunos, voltam a sair, sempre para as mesmas ruas!
Apesar dos muitos loteamentos em obra subsiste, diz o presidente da Câmara, um grande problema na habitação, nomeadamente para os jovens. Ao mesmo tempo “admite” o falhanço do “é bom viver em Famalicão” ao dizer: “Precisamos de políticas públicas mais eficientes, mais diferenciadas, com um olhar sobre os jovens, porque sem habitação não podemos crescer, do ponto de vista demográfico”.
Enfim, não me parece que estejamos muito diferentes de outros municípios; a construção civil privada é a “dona e a senhora de todas as medidas”, bem sabendo o quanto os interesses inerentes cortam a direito…
PS: A ONU celebra por estes dias o dia da erradicação da pobreza. Em Portugal, não fossem os apoios sociais “vociferados por Ventura”, os 20% de pobres aumentaria para 40%! O capitalismo não ajuda mesmo nada…
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