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Famalicão

Boletim Municipal sobre a Covid 19

Publicado

em

Por António Cândido Oliveira

O Município de Famalicão acaba de distribuir uma edição, graficamente muito bem cuidada, de “O Boletim Municipal de Vila Nova de Famalicão” com a data de dezembro de 2020 (nº 02/20) que nada tem a ver com o facto de o nosso concelho se encontrar neste momento em “risco extremo” no que respeita à doença Covid 19.

O Boletim, com 60 páginas, com uma ficha técnica envergonhada (quase passa despercebida), dá boas notícias e só boas notícias sobre obras da cidade (“Praça da Cidadania”); obras Ciclovia Famalicão – Póvoa; obras Ciclovia Urbana; obras Mercado-Praça; obras Canil Municipal; e obras Central de Camionagem. Seguem-se, de acordo com o sumário, notícias várias sobre Habitação, CIIES, Famalicão Made In, Desporto, Casa de Camilo, Torre Literária, Teatro Narciso Ferreira e outras, sempre com enorme profusão de fotografias.    

Abre com palavras do presidente da câmara municipal e fecha com palavras do presidente da assembleia municipal. Os eleitos locais da oposição não têm espaço no Boletim como deviam e é próprio dos municípios que praticam a democracia. Mal dos eleitos famalicenses se silenciarem este facto, pois também eles demonstrarão que não prezam a democracia.

Mas, como dissemos, não é de um boletim de obras, com uma edição de 25.000 exemplares, que precisávamos neste momento. Do que precisávamos era de um boletim informativo simples, mas bem elaborado, com a finalidade de mobilizar os famalicenses para fazer sair o nosso município da indesejável situação sanitária de “risco extremo”, em que se encontra, para um nível menos grave.

Um boletim que começasse por dar informação detalhada sobre a situação a esta data do município quanto ao número de infetados, de internados, de óbitos e de recuperados. Ainda que não desse números rigorosos, que os desse o mais detalhada e aproximadamente que fosse possível.

Um boletim, sem utilizar papel caro, que nos dissesse como estavam os lares (e já agora quantos são no concelho e quantos utentes têm), pois muitos famalicenses não sabem; que nos dissesse também quais são, para além dos lares, os outros locais (freguesias, empresas, escolas, instituições, associações, etc.)  onde se têm registado mais casos.

Um boletim que nos desse instruções concretas sobre o modo de proceder neste tempo de pandemia aqui, no nosso concelho. Temos, é verdade, informação a nível nacional, mas precisamos de mais informação a nível local e o município em articulação com as autoridades de saúde pode e deve dá-la. Outros municípios assim têm feito.

 Precisamos de saber também como estão neste momento os nossos dois hospitais em termos de ocupação; quando e onde se podem fazer testes e quanto custam; onde estão máscaras à venda devidamente certificadas e o respetivo preço.

Tanta informação que poderia e deveria ser dada e assim teríamos um boletim informativo de muita utilidade e que bem poderia até ter palavras de ânimo dos principais responsáveis, desde que bem fundadas.

A saúde no nosso concelho depende de todos nós e quem representa “todos nós” é o município, atuando em coordenação com os serviços de saúde do Governo e bem sabendo que nesta altura não é hora de luta partidária (sem prejuízo das críticas que devam ser feitas), mas de luta comum pelo bem dos famalicenses.

E como seria bom dentro de seis meses editar um boletim informativo do município, mostrando que valeu a pena lutar e que o nosso município está muito melhor, longe de “risco extremo” não só no contexto do país, mas também da nossa região e dos concelhos vizinhos.

Com essa finalidade, sim, valia a pena editar um Boletim. E houve tanto tempo para o fazer!

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