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Opinião

“Ismos” deste tempo

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Por Domingos Peixoto

O mundo traz-nos surpresas todos os dias; o mundo de cada um de nós. Se bem vemos, se somos capazes de olhar para o lado, de pensar, se olharmos para a “vida como uma coisa global”, não apenas como a existência física de um corpo mas como todos os aspetos deste relacionamento de humano, natureza, animais, espaço, clima, etnias, povos, países, condições de vida, sobrevivência, etc., talvez sejamos levados a entender que “viver” não é uma coisa simples: nascer, viver, morrer!

É por isso, julgo, que os “ismos” são como que infindáveis, ao sabor e ao uso de cada um ou de cada grupo… Mas este tempo, este mundo, já vindos de muito longe debitam-nos, cercam-nos, envolvem-nos, confundem-nos com 3 ou 4 daqueles agrupamentos ideológicos que marcam definitivamente as sociedades contemporâneas.

Desde logo os definidores das religiões e crenças; depois os da política, sendo que estes se confundem quase sempre com os da economia.

 Para além do mais todos estes, em conjunto, são o contributo, a condição “sine qua non” para as guerras, violência gratuita, fausto, fome, destruição e miséria.

Inquietou-me este assunto, despertando a necessidade de rabiscar as linhas que vou delineando, a leitura do título, resumos e legendas da entrevista a Rainer Zitelmann inserta no JN desta segunda feira!

Eu sou um leigo em socialismo (comunismo) e capitalismo. Como o sou, igualmente, nas questões religiosas. Vou-me orientando, por um lado dentro da educação que me foi ministrada pelos ascendentes, nas escolas primária e secundária, na religião Cristã, na vida militar e no trabalho. E por outro lado no que vou lendo e aprendendo preocupado pelas virtudes e vicissitudes da vida e do mundo em que vivo.

No conjunto destes aspetos não posso deixar de olhar para o lado, ficar indiferente aos abusos de uns sobre outros, à riqueza e à pobreza, aos “acordos” de vivência em sociedade nos quais a teoria e a sua prática são, tantas vezes, opostas na sua concretização.

Vejamos alguns passos da época festiva que atravessamos. Alguns empresários dão uma boa consoada aos seus trabalhadores; outros nem querem ouvir falar disso. Os titulares de rendimentos de capital recebem somas fabulosas; a esmagadora maioria dos titulares de rendimento dependente vê-se em palpos de aranha para ter um mínimo de dignidade para si e para a família. Alguns empresários e o setor público dão tolerância de ponto pela véspera dos dias festivos; outros impõem o encerramento da empresa, unilateralmente, por conta de dias de férias dos funcionários. Os capitalistas compram e têm cada vez mais património; os titulares do rendimento salarial nem casa conseguem comprar.

Já sei que não estou a falar de capitalismo nem de socialismo.

Uma coisa tenho certa, se estivéssemos a falar de gente honesta, sem ditaduras, com liberdade de escolha, com igualdade de direitos, fosse qual fosse o regime escolhido, nem uns – poucos – eram tão ricos, nem outros – muitíssimos – eram tão pobres!

A análise responde-me à perplexidade sobre a afirmação de Zitelmann: “a má imagem do capitalismo deve-se aos intelectuais e aos media”. Se será verdade o que diz, não sei!

Porém, sei que há um socialismo, não é o da Rússia, da China, do Vietname ou da Coreia do Norte, é o que vigora em liberdade em vários países da Europa, que vai permitindo e contribuindo para um maior desenvolvimento económico, distribuição mais equitativa de rendimentos e riqueza, melhores condições de vida das populações, melhoria do cumprimento dos Direitos Humanos aos emigrantes e refugiados.

Sei que há um Ecumenismo em cumprimento, mas não sei se todos os componentes estão dispostos a cumpri-lo…

Claro que há muitas desventuras. Muitas veredas a transpor. Muitos inertes nas engrenagens. São os ismos que temos!

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