Famalicão
“Temos que nos adaptar às necessidades”
Nuno Cardoso assume o papel de responsável máximo do SUMC da ULS do Medio Ave. Está há oito anos no cargo, mas a experiência profissional é muito anterior.
“Desde que foi criado o SUMC, que se sentiu uma transformação enorme de tudo o que é feito cá no serviço e no hospital”, atira Nuno Cardoso, que lembra que o novo espaço veio dar resposta a uma série de problemas que não a tinham, nomeadamente ao fluxo de doentes e melhores meios.
“Têm sido tempos com grandes desafios e com grandes dificuldades, desde logo, pelo aumento de fluxo de pessoas mais idosas e mais doentes”.
Nuno Cardoso
No que diz respeito às mudanças trazidas pelas ULS, Nuno Cardoso é perentório na resposta: “nós temos que alicerçar as nossas futuras respostas em três áreas. No pré serviço de urgência, no serviço de urgência em si e no pós serviço de urgência”, defende o clínico, referindo que todas estas áreas precisam de ser trabalhadas. “Temos que adaptar, ao longo do ano, o número de profissionais conforme as necessidades. Aumentar no inverno e diminuir no verão”, defende o diretor das urgências, a quem preocupa também as pessoas que saem do SUMC e não têm vaga no internamento. “Mas antes disso tudo temos que apostar nos serviços de saúde primários por forma a darem resposta eficaz aos seus utentes”, diz o médico, que defende ainda que “devíamos ter médicos afetos aos lares para que não fosse necessário o deslocamento ao serviço de urgências”.
“Muitos problemas se resolviam sem haver necessidade de transportar o doente para cá, e falo também em cuidados paliativos, ou seja, dar condições para os doentes sejam tratados nos seus lares com cuidados hospitalares domiciliários”.
Nuno cardoso
Nuno Cardoso fala, desta forma, de um trabalho que deve ser continuo. “só assim é possível dar melhor resposta à população”.
Outro especto importante é “a falta de literacia em saúde é muito importante dotar a população de conhecimento sobre o uso correto dos serviços de saúde” completou o diretor do SUMC.
VMER é o braço armado das urgências
A Viatura Médica Emergência e Reanimação (VMER), que faz parte do serviço de Urgências do Hospital de Famalicão, é, segundo os que a utilizam, uma unidade de cuidados intensivos sobre rodas.
Existe desde o ano de 2009 e é uma mais valia, a vários níveis, para o Serviço de Urgência Médico Cirúrgico (SUMC) de Famalicão.
Coordenada pelo médico Francisco Sampaio, a VMER representa “um sonho concretizado há 15 anos”. Aliás, este profissional, com mais de 30 anos de serviço, vê nesta viatura, “que é muito mais do que uma viatura”, uma mais valia para todos os concelhos da área abrangente da nova Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Ave (ex-CHMA).
“O facto de termos esta equipa disponível para qualquer eventualidade, é algo que a todos deveria orgulhar”, sublinha Francisco Sampaio, que recorda que a VMER é operada sempre por um médico e um enfermeiro e está equipada com o essencial para fazer face a uma situação de emergência.
A viatura contém um armário de frios e outro de quentes, para a medicação que necessita estar a temperatura adequada, material para parto, um ecógrafo portátil, o “Lucas”, um aparelho de massagem cardíaca, oxigénio e todo o material para uma intervenção rápida.
O trabalho feito pela equipa da VMER é extraordinário a vários níveis. Desde logo, porque é feito além das horas “normais” de trabalho. “Muitos deles nem são deste hospital, mas fazem questão de fazer alguns turnos em Famalicão”, frisa Francisco Sampaio.
O dia a dia de quem trabalha na VMER é muito organizado.
“Diariamente, o pessoal tem a responsabilidade de fazer a verificação de toda a viatura e de todo o material, desde conferir validade da medicação, o funcionamento dos aparelhos, assim como o estado da viatura em si, luzes, pneus…”.
Francisco Sampaio
A enfermeira Raquel está na VMER desde o início da sua criação. Diz que o faz pelo prazer de ajudar, mas também “pela adrenalina que sente cada vez que sai para uma emergência”.
Tal como Francisco Sampaio, diz que quando sai nunca pensa muito no que vai encontrar. “Vamos tranquilos e com calma, porque às vezes a informação que levamos nem sempre corresponde ao que vamos encontrar na realidade. Depois, quando chegamos lá, verificamos e fazemos a avaliação necessária e tratamos como for necessário” acrescenta o médico.
Já a caminho do hospital, no regresso, já com os dados, é que é feito o briefing do caso e avaliam-se os procedimentos a seguir.
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