Paulo Cunha admite saída das hortas urbanas do Parque da Devesa

O presidente da Câmara de Famalicão admitiu que a saída das horas urbanas do Parque da Devesa é um cenário “muito provável”, tendo em conta que a ampliação que o Citeve – Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário pretende fazer das suas instalações.

Questionado sobre o assunto, pelo PS e pelo BE, na Assembleia Municipal da passada sexta-feira, Paulo Cunha referiu que “há um processo de decisão em curso que pode culminar com a saída das hortas daquele espaço”.

Precisamente, a sessão da passada sexta-feira foi debatida uma alteração das condições do direito de superfície do terreno onde estão as hortas entre o Município e o Citeve. A proposta – que foi aprovado com os votos favoráveis do PSD, CDS, CDU e a abstenção do PS e do BE – confere ao presidente da Câmara poderes para outorgar a escritura desses terrenos a favor do Citeve.

Paulo Pinto, deputado municipal do PS, lamentou que se “esteja a por em causa tudo o que foi o trabalho dos famalicenses no desenvolvimento das hortas, mesmo que sejam transferidas para outro local”.

O presidente da Câmara referiu que a decisão de mudar as hortas ainda não está tomada. “Mas, caso venha a acontecer – o que é muito provável – é uma inevitabilidade, porque a expansão do Citeve, a acontecer, terá que ser naquele local. Não há outra solução”, acrescentou.

O edil famalicense garantiu, contudo, que a Câmara Municipal “não vai extinguir as hortas, quando muito muda-las de local”, não adiantando, porém, que local será esse.

“É uma decisão que somos forçados a tomar porque está em causa o progresso de uma instituição muito importante para Famalicão e para o país”, completou. Refira-se que nos últimos tempos vários utilizadores das hortas da Devesa manifestaram-se apreensivos quanto a deslocalização do espaço. Afirmam terem sido informados por uma técnica do município de que as hortas iriam sair do parque e queixam-se de falta de informação.