Sociedade
Portugueses, espanhóis e franceses são os turistas que mais procuram Famalicão
Têm entre 36 e 65 anos de idade, são sobretudo, portugueses, espanhóis e franceses, e procuram essencialmente museus e espaços verdes. Tem sido este o perfil dos turistas que visitam Famalicão nesta altura do ano, embora, nos últimos dois anos, se tenha registado alguma evolução.
“Em 2023 já conseguimos ter um salto significativa e evoluir para o mercado alemão, o que se poderá explicar pelas participações do Município em feiras internacionais de turismo e pelo facto de termos um tecido empresarial muito forte com muitas multinacionais, o que faz com que, por via do turismo industrial, sejamos cada vez mais procurados”, explica Luísa Azevedo, vereadora do Turismo da Câmara Municipal
É verdade que Famalicão não tem praia nem mar, nem é uma cidade com um grande centro histórico, mas, ao contrário do que se possa pensar, a vereadora não tem dúvidas de que o concelho tem muito para oferecer a quem o visita, em áreas como cultura, lazer, património, natureza e gastronomia. Prova disso, é o aumento, não só do número de visitantes como também da estadia, ou seja, do tempo em que ficam por cá.
O chamado turista de passagem continua a existir, tendo em conta a localização geográfica de Famalicão que faz com que esteja no centro de cidades com grande tradição turística, como Braga, Porto ou Guimarães. Os dados de 2021 reportam que a grande maioria dos visitantes ou turistas que pernoitavam em Famalicão, faziam-no entre um a três dias. Mas também essa realidade está a mudar.
Os últimos dados, que datam 2023, já indicam “alguns turistas que permanecem entre uma a duas semanas, que vêm em família, pelo que vamos conseguindo que o nosso turista permaneça cá mais tempo”, conta a Luísa Azevedo, sublinhando que o aumento da oferta hoteleira no concelho e na cidade tem dado um contributo significativo para que isso aconteça.
O museus mais visitados
A Casa Museu Camilo Castelo Branco, o Museu Ferroviário de Lousado, o Museu do Automóvel e o Museu do Surrealismo da Fundação Cupertino de Miranda são os locais mais procurados pelo turista ou visitante.
Segundo dados de 2023, recolhidos pela Câmara Municipal, a Casa de Camilo, em Seide, destaca-se dos demais, com 9.567 visitantes a que se juntam 3.633 visitas ao Centro de Estudos Camilianos. Segue-se o Museu do Automóvel, localizado no Central Parque, em Ribeirão, com 8.420 registos, e o Museu Ferroviário de Lousado com 7.132.
Na cidade, salientam-se o Museu da Fundação Cupertino de Miranda, com 7.842 visitantes, e o Museu Bernardino Machado com 5.769. Referência ainda para a Casa Museu Soledade Malvar, com 1104 registos, e para o Museu de Arte Sacra da Capela da Lapa com 668 visitantes.
Fora da cidade, há ainda a referir o Museu Da Fundação Castro Alves em Bairro, com 4.230 vistas; o Museu da Indústria Têxtil, em Calendário, com 3.782; e o Museu da Confraria de Nossa Senhora do Carmo com 123 registos.
Do património religiosos aos espaços verdes
Os museus são espaços onde é possível contabilizar o número de entradas e ter, por isso, uma noção mais exata do interesse que suscitam, mas existem outros locais que também são muito procurados, embora não existam registos. Luísa Azevedo aponta como exemplo o património religioso, nomeadamente a Igreja Matriz Velha da cidade, a Igreja Românica de S. Tiago de Antas e os mosteiros de Landim, de Oliveira Santa Maria e de Arnoso Santa Eulália.
No que concerne aos espaços verdes e de lazer, o Parque da Devesa é o ex-libris “com muitos visitantes ao longo de todo o ano”, refere a vereadora que aponta também o Parque de Sinçães e os jardins dos Paços do Concelho como locais “muito procurados”.
Para os amantes das caminhadas e da natureza, que são cada vez mais, segundo Luísa Azevedo, a autarquia criou quatro trilhos que convidam a conhecer as riquezas naturais das freguesias do concelho, que começam também a suscitar interesse entre quem nos visita.
A responsável autárquica pelo pelouro do Turismo fala ainda do novo centro urbano da cidade, que “tem suscitado curiosidade”, considerando que o investimento realizado “permitiu que a cidade ficasse mais atrativa, mais ciclável e com capacidade para acolher mais eventos”.
A estratégia
Luísa Azevedo considera que Famalicão tem evoluído, nos últimos anos, como um destino turístico, fruto de “uma aposta na promoção do concelho, através de uma participação muito forte em feiras nacionais e internacionais ligadas ao setor”. O município conta também com os parceiros institucionais, como o Turismo de Portugal e o Turismo do Norte, que promovem a oferta turística famalicense no país e além fronteiras.
Toda essa oferta está também disponível no site do Município, em português e em inglês, o que tem sido “uma mais-valia para atrair turistas”. A Loja do Turismo, localizada no Mercado Municipal, é outra forma de obter informações, além de promover o território, os eventos e os produtos da terra.
A estratégia passa por continuar este trabalho, de promoção e divulgação do território, “potenciando tudo o que seja diferenciador, incluindo os nossos produtos e a nossa gastronomia, para que possamos atrair cada vez mais público a Famalicão”, finaliza Luísa Azevedo.
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