Sociedade
Há sete forças políticas na corrida à Câmara de Famalicão

Sete forças políticas vão concorrer à Câmara e à Assembleia Municipal de Famalicão nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro. As listas de candidatos foram entregues no Tribunal de Famalicão no decorrer deste mês de agosto, sendo que a principal novidade vai para a não apresentação de candidatura a nenhum órgão autárquico por parte do Bloco de Esquerda (BE) e pelo aparecimento de um partido que concorre pela primeira vez, a Alternativa Democrática Nacional (ADN).
As restantes forças políticas já são repetentes: a coligação “Mais Ação. Mais Famalicão” (PSD/CDS-PP), que atualmente lidera os destinos do município, o Partido Socialista, o Chega, a CDU, a Iniciativa Liberal e o PAN, que neste mês de agosto também entregaram as listas no tribunal.
Lista liderada por Mário Passos apresenta algumas caras novas

A coligação “Mais Ação. Mais Famalicão” (PSD/CDS-PP) apresenta candidaturas à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e juntas de freguesia com listas que, diz, combinam experiência e renovação.
São mais de mil os famalicenses que integram as listas da coligação e que “emprestam a sua energia e talento ao futuro do concelho”, realça o mandatário da lista, o eurodeputado e ex-presidente da Câmara, Paulo Cunha.
Mário Passos, que se recandidata a um segundo mandato como presidente da Câmara Municipal, afirma que a escolha dos candidatos resulta de uma seleção rigorosa, onde a experiência foi determinante para “gerir um concelho com 39 juntas de freguesia e impulsionar projetos e programas”. Sublinha ainda a importância da “palavra dada”, do compromisso e da credibilidade para conquistar a confiança da população.
A lista para a Câmara Municipal é, então, liderada pelo atual presidente, Mário Passos (PSD). O segundo lugar é ocupado por Hélder Pereira (CDS-PP), vereador em funções, e a primeira novidade surge no terceiro posto com Susana Pereira, independente e ex-presidente da Junta de Freguesia de Riba d’Ave. Seguem-se como candidatos os atuais vereadores Augusto Lima (PSD) e Pedro Oliveira (PSD).
No sexto lugar surge Vânia Marçal (PSD), um dos principais rostos dos últimos anos da Proteção Civil Municipal, enquanto que o sétimo lugar é ocupado pelo centrista Isaque Pinto. Em oitavo lugar aparece António Oliveira (PSD), atual autarca de Joane em final de mandato. Completam a lista de candidatos efetivos Judite Costa (PSD), Pedro Tiago Oliveira (CDS-PP) e Lara Rebelo (PSD).
O atual presidente da Assembleia Municipal, João Nascimento, volta a ser aposta para liderar aquele órgão. “Trata-se de uma pessoa que demonstrou reunir as melhores qualidades para gerir os assuntos da Assembleia com imparcialidade e rigor, um cidadão reconhecido, experiente e conhecedor”, afirma, a propósito, Mário Passos.
O recandidato à liderança do Município adianta ainda que tem “praticamente concluído um programa eleitoral muito ambicioso, resultado de uma ampla auscultação social e de uma maturação de ideias que priorizou os grandes desafios de futuro para o concelho”, cuja apresentação está prevista para o início de setembro.
“Renovação, diversidade e compromisso” nas listas do PS

Com mais de mil candidatos, distribuídos pelas diferentes estruturas autárquicas, a candidatura socialista afirma-se como “mais plural e abrangente, refletindo a diversidade e o dinamismo do concelho”.
Como já tinha sido anunciado, a lista à vereação da Câmara Municipal, liderada por Eduardo Oliveira, é composta por 19 elementos, maioritariamente femininos, com presença de independentes e uma média de idades nos 40 anos, “traduzindo a renovação e a representatividade que o PS pretende para o futuro de Famalicão”, afirma o partido em comunicado enviado às redações.
Já a lista submetida à Assembleia Municipal é encabeçada por Helena Freitas, professora Catedrática da Universidade de Coimbra e ex-deputada à Assembleia da República, distinguida nacional e internacionalmente pelo seu trabalho em prol da biodiversidade e do desenvolvimento sustentável.
“A entrega das listas no Tribunal foi um momento simbólico mas profundamente significativo e que marca formalmente uma caminhada que temos vindo a construir com seriedade, dedicação e proximidade junto dos famalicenses”, afirma Eduardo Oliveira, no comunicado.
Sob o lema “A Mudança”, o PS de Famalicão apresenta, entre os principais eixos do seu programa, políticas para habitação acessível, a criação de um Centro Municipal Geriátrico, o reforço da cooperação com IPSS, mais vagas em creches e melhores condições na saúde, transportes e apoio ao comércio local através de um Conselho Estratégico Empresarial.
Chega com candidaturas em 20 freguesias
O Chega entregou no Tribunal de Famalicão, as listas candidatas às eleições autárquicas para a Câmara e Assembleia Municipal e a 20 assembleias de freguesia do concelho.
Pedro Alves, atual líder da concelhia do partido, encabeça a lista candidata à Câmara Municipal, seguido de Camilo Pinheiro, Eduarda Macedo e Teresa Campos. Para a Assembleia Municipal, a lista volta a ser liderada por João Pedro Castro, atual deputado municipal. Nos três lugares seguintes surgem os nomes de Teresa Borges, Sónia Cebolo e Ricardo Martins.
CDU cumpre o pleno de listas do concelho

Além das listas de candidatos à Câmara e à Assembleia Municipal, a Coligação Democrática Unitária (CDU) concorre em todas as freguesias do concelho. São cerca de cinco centenas de candidatos “que dão corpo a um projeto coletivo, enraizado e transformador”, afirma a CDU, em nota enviada à imprensa.
A coligação que engloba o PCP e Os Verdes sublinha que o processo de constituição das listas “foi marcado por uma forte participação popular e pelo envolvimento de ativistas, militantes e independentes de diferentes áreas da sociedade famalicense”. Valoriza ainda “a coragem e o empenho” de todos os que aceitaram integrar as suas listas, com destaque para as listas à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal, “cuja paridade reflete um compromisso claro com a igualdade de género”.
No mesmo comunicado, Sílvio Sousa, candidato da CDU à Câmara Municipal, denota que “estas listas são constituídas na base do conhecimento da realidade concreta das freguesias, com gente que vive, trabalha e luta em Famalicão”.
Satisfeita pelo alcance da paridade, também Tânia Silva, candidata à Assembleia Municipal, lembra que “num contexto político em que tantas vezes as mulheres são relegadas para segundo plano ou chamadas apenas para cumprir quotas obrigatórias, a CDU afirma, com clareza: a igualdade é uma prática concreta”. E, prossegue: “A paridade nas listas à Câmara e à Assembleia Municipal é um sinal claro do nosso compromisso com uma democracia avançada, mais representativa e justa”.
IL concorre à Câmara, à Assembleia e a quatro freguesias

A Iniciativa Liberal (IL) de Famalicão apresenta candidatura à Câmara Municipal, à Assembleia Municipal, à União de Freguesias (UF) de Famalicão e Calendário, à UF de Antas e Abade Vermoim, à UF de Lemenhe, Mouquim e Jesufrei e à vila de Joane.
Paulo Ricardo Lopes, coordenador dos liberais e candidato à Câmara Municipal, apresenta-se com o lema “Construir Vila Nova”, ou seja, construir “um Famalicão de oportunidades, com uma Câmara mais eficiente e um plano para transformar Famalicão numa referência nacional na educação”.
Em comunicado enviado à imprensa, o líder dos liberais deixou um agradecimento a todos os candidatos “que ajudaram com o seu conhecimento a construir o programa eleitoral, sem receio de enfrentar as muitas pressões que se têm sentido no concelho e que têm levado a momentos que desprestigiam as nossas instituições”.
Em concreto, Paulo Ricardo Lopes aponta recentes vídeos de apoio ao atual presidente, “em que líderes de agrupamentos escolares e de associações têm demonstrado falta de capacidade para separar as suas convicções dos cargos que ocupam”.
Mulheres lideram candidatura do PAN

Além da Câmara e Assembleia Municipal, o PAN concorre à freguesia de Ruivães, à União de Freguesias (UF) de Famalicão e Calendário e à UF de Antas e Abade de Vermoim.
Destas cinco candidaturas, quatro são encabeçadas por mulheres, sendo que as listas são compostas maioritariamente por mulheres.
Sandra Pimenta, candidata à Câmara Municipal, realça, em comunicado, que esta composição “revela que existe lugar para as mulheres na política, basta garantirmos às mesmas oportunidades de participação”.
BE não concorre
Em comunicado enviado à imprensa, a Comissão Coordenadora Concelhia do BE de Famalicão refere que a decisão de não apresentar uma candidatura própria às eleições autárquicas de 2025 foi “difícil mas consciente”. O partido justifica a ausência da corrida eleitoral com a necessidade de um “período fundamental para o fortalecimento interno do Bloco e para o aprofundamento da sua intervenção política no concelho”.
A estrutura local do BE explica que os próximos quatro anos serão dedicados a reforçar a sua presença junto da comunidade, com o objetivo de manter uma “presença ativa, determinada e constante nas ruas, junto das populações, dos trabalhadores, dos estudantes e dos reformados”. Este período será, segundo o partido, de “reforço da atividade política e de mobilização” dos seus militantes e ativistas.
A meta está já traçada para o ciclo autárquico seguinte. O BE pretende usar este intervalo para, em 2029, apresentar “uma alternativa socialista forte, coesa e enraizada”. Esta futura plataforma política, adianta o comunicado, terá como eixos centrais “as pessoas, a habitação, o combate às alterações climáticas, os direitos sociais e a dignidade do trabalho”.
Apesar de não ir a votos, o Bloco de Esquerda deixa uma orientação clara aos seus apoiantes para o ato eleitoral de 2025: “é necessário derrotar a maioria de direita que domina o concelho”. A concelhia apela a um “voto com consciência” e demarca-se não só da maioria atual, mas também da “extrema-direita e da direita ultraliberal”, que considera “tão perigosa quanto a primeira”.
ADN entra na corrida

Já o ADN vai concorrer, pela primeira vez, à Câmara e à Assembleia Municipal de Famalicão e também à União de Freguesias de Famalicão e Calendário, segundo as listas entregues no tribunal de Famalicão. Anabela Gomes, é a candidata do partido à Câmara Municipal, enquanto Ricardo Silva encabeça a lista à Assembleia Municipal.
O partido não fez qualquer apresentação dos seus candidatos à imprensa, nem enviou ao OPINIÃO PÚBLICA qualquer comunicado sobre a sua candidatura às eleições autárquicas, mas numa nota publicada na sua página de Facebook refere que apresenta “equipas dedicadas, competentes e profundamente ligadas à realidade do concelho, pessoas que vivem diariamente os problemas da comunidade e que estão prontas para dar voz às soluções que realmente interessam”.
