Famalicão
“Estou dececionado e preocupado com o prolongamento das obras na cidade”
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Famalicão (ACIF) está preocupado com o prolongamento das obras que estão a decorrer no centro da cidade, cujo término, já foi anunciado pela Câmara Municipal, só está previsto para abril.
Em entrevista ao OPINIÃO PÚBLICA, Fernando Xavier Ferreira fala mesmo em deceção já que nos aproximamos de uma época (Natal) de recuperação para os comerciantes locais.
“O planeamento feito pressupunha que uma parte da Praça D. Maria II estivesse concluída e não está. Assim, há um conjunto de eventos que estariam pensados para esta altura e que é impossível realizá-los lá. E, portanto, é uma deceção”, sublinha o responsável. “Preocupa-me e fico dececionado por não podermos usar a zona mais nobre da cidade”, diz Xavier Ferreira que, não obstante, acredita que a abertura dos parques de estacionamento da praça D. Maria II e do Antigo Campo da Feira, bem como a Alameda D. Maria II (ver notícia página 3) venha dar uma ajuda ao comércio na época natalícia.
“Nós temos noção que as empreitadas nem sempre são o que se espera e que há um conjunto de fatores que dificultam a obra, mas vimos de uma situação muito difícil que foi a pandemia, da qual ainda não saímos verdadeiramente”, sublinha o presidente da ACIF, que faz as contas e soma dificuldades às dificuldades. “É evidente que não pode haver inovação, renovação e requalificação sem estes transtornos, o que deveria era ter-se minimizado esse transtorno”.
Xavier Ferreira tem consciência que a conclusão das obras trará à cidade uma nova realidade e acredita que a sua execução era necessária. Defende é que o prolongamento do prazo deveria ter sido evitado e que quanto mais tempo demorar a execução da obra mais prejuízo trará para os comerciantes. “Temos que fazer tudo e estar em alerta para que os prazos não voltem a derrapar”, acrescenta.
O apoio que a Câmara Municipal atribuiu recentemente aos comerciantes é, no entender do responsável, “claramente insuficiente” e garante que tenta, diariamente, fazer com que as pessoas que decidem, que têm o poder e a capacidade de ajudar que o façam. “Efetivamente o comércio de proximidade passa dias de grande dificuldade e tem que ser apoiado pelo município”.
Falta de segurança
Outra questão que inquieta o presidente da ACIF é a insegurança que se sente no centro da cidade. Xavier Ferreira alerta que os assaltos têm aumentado e que tal tem uma razão. “Infelizmente, temos um centro que está deserto, especialmente à noite. O policiamento de proximidade é invisível e quem à noite passa pela cidade e pelas artérias principais vê a cidade em obras, sem pessoas e sem polícia”.
Com isto, defende, o número de assaltos começa a aumentar, “quer em habitações ou garagens, quer em lojas, já são vários em pouco tempo”.
Por outro lado, Xavier Ferreira sublinha que, em diversos pontos da cidade, começa a sentir um ambiente de violência, exageros, barulhos de madrugada, que não existiam até há pouco, “e que não queremos para os nossos filhos”.
“O que pedimos é que a presença das autoridades durante o dia e noite seja efetiva”. Assim, defende que deveria existir um sistema conjunto, que já existe noutras cidades, com a PSP e Polícia Municipal, em que esta última tivesse uma intervenção nesta fiscalização.
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