Economia
Rádios já conseguem medir audiências reais em FM
É a plataforma que vem revolucionar a Rádio e a forma como esta consegue contabilizar as suas audiências reais nos novos veículos que, desde 2023, têm vindo a sair para o mercado mundial com esta tecnologia. Chama-se DTS Autostage e será apresentada amanhã, dia 21 de Novembro, aos associados da APR (Associação Portuguesa de Radiodifusão), que representa cerca de duas centenas de estações FM portuguesas.
Em Portugal, o grupo Renascença foi o primeiro a aderir, em março deste ano, e imediatamente a seguir, a Fama Rádio também foi aceite para participar no projeto-piloto da empresa norte americana Xperi, detentora de marcas conhecidas, desde há longos anos, no áudio e no cinema, como a DTS ou a IMAX.
Agora esta empresa promete dar à Rádio “o lugar no automóvel que esta merece”, modernizando-a com diversas e inovadoras funcionalidades com o objetivo de melhorar a experiência do utilizador.
Do lado dos operadores, à medida que vão aderindo à DTS Autostage, irão começar a receber os dados reais das audiências das suas emissões hertzianas, algo que até agora só era possível com a emissão online.
“No consumidor final esta tecnologia irá ser sentida ao nível da apresentação estética e multiplicidade de metadados que passará a receber no automóvel e que tornarão a sua experiência bastante melhorada; mas a revolução vai, ou já está a acontecer, no interior das rádios”, explica ao OPINIÃO PÚBLICA, Arcindo Guimarães, diretor da Fama Rádio.
“Chegar ao fim do dia e podermos analisar as audiência reais (repito, reais) da nossa rádio; em que estradas e em quantos carros estamos a ser ouvidos, como foi o comportamento ao longo do dia; ou quais foram as canções que mais prenderam os ouvintes, por exemplo. Sempre tivemos a esperança que isto acontecesse um dia, mas num futuro bem mais distante. Parece que vamos conseguir encurtar essa distância”, afirma o radialista.
Arcindo Guimarães, que também representa o departamento tecnológico da APR, prevê um exponencial crescimento desta tecnologia, em 2025, em Portugal e a nível mundial, à medida que os operadores vão conectando as suas rádios à plataforma e que mais automóveis sejam colocados no mercado. “É importante que todos o façam, ninguém pode ficar de fora, até porque a adesão não traz custos para as estações”, alerta.
Exemplo da Fama Rádio
Com base nos dados recolhidos pela DTS Autostage, esta semana, a Fama Rádio chegou aos 2,43% da audiência nacional (universo de todas as rádios FM portuguesas), estando a sua audiência espalhada por uma área bastante abrangente, com os principais focos (chamados de “zona de calor”) localizados nas cidades de Vila Nova de Famalicão (95% do concelho), Porto (80% do concelho), Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Maia, Trofa, Santo Tirso, Ermesinde e Vila Nova de Gaia (Norte). Segue-se uma “zona amarela” composta por Braga, Guimarães, Barcelos, Esposende, Vizela, Vila Verde e Matosinhos. Ainda com uma expressão significativa, a Fama Rádio é ouvida em localidades como Fafe, Felgueiras, Paços de Ferreira, Amarante, Penafiel, Marco de Canaveses, Gondomar ou Amares.
Note-se que, uma vez que a DTS Autostage possibilita a sintonia das estações também por via do seu streaming digital, ultrapassando os próprios limites do FM, passará a ser frequente que uma estação do norte possa ser também ouvida a centro e sul do país.
DAB desnecessário em Portugal
Por esse motivo, outras questões se levantam quanto ao rumo tecnológico que a rádio poderá vir a tomar no futuro. À cabeça, poderá estar a necessidade – no caso, a falta dela – de as rádios investirem na melhoria das suas redes com a tecnologia DAB (Digital Audio Broadcast), uma vez que com sistemas híbridos como este, bastará estar apenas disponível a rede de dados móveis para que seja possível a escuta de um canal de rádio em todo o país, tornando-se ainda possível a cada estação licenciada a adição de mais canais temáticos alternativos à sua emissão FM. “Há necessidade de se investirem milhões de euros em novas redes, quando a Frequência Modulada pode continuar a ser a montra de um muito mais completo sistema híbrido de rádio em Portugal?”, questiona Arcindo Guimarães.
Em Portugal, a plataforma já coleta dados analíticos de todas as rádios desde janeiro deste ano, estimando-se que estejam em circulação nas estradas nacionais cerca de 20 mil automóveis com a tecnologia, o que desde logo, representa uma expressiva amostra. Com a adesão de marcas como a Mercedes, BMW, Kia, Tesla, Ford, Nissan, entre outras (atualmente, 18 marcas em todo o mundo), prevê-se que esse número chegue rapidamente às 100 mil unidades, levando em conta que em Portugal são registadas cerca de 150 mil novas viaturas por ano. A cada uma das rádios é permitida apenas a análise dos seus próprios dados, não tendo estas acesso aos resultados das suas congéneres. É-lhes permitido, contudo, apurar a percentagem da sua audiência do total nacional.
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