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Como chegou o café a Portugal?

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No século XVIII, em Portugal, com Francisco de Melo Palheta, durante o reinado do rei D. João V, conseguiu introduzir o café na ex-colónia do Brasil e transformá-lo no maior produtor de café mundial. A partir do Brasil o café foi levado para as ex-colónias Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe.

Em Angola o café surgiu anteriormente, pensa-se que foi introduzido pelos missionários portugueses. Em Timor o café deu entrada por via de Java com os holandeses.

O cafeeiro Arábica foi introduzido em S. Tomé a partir do Brasil por volta de 1800. Pela mesma época, o cafeeiro foi introduzido pelos portugueses em Cabo Verde.

Em Angola, o grupo dos cafeeiros dominante era o Robusta, responsável por 90-95% da produção de café comercial deste território.

Durante o séc. XVIII apareceram os primeiros cafés públicos inspirados nas tertúlias francesas do séc. XVII, tornando-se espaços de animação cultural e artística. Surgiram assim, vários cafés em Lisboa, entre eles o Martinho da Arcada, Café Tavares, Botequim Parras. Já no princípio do séc. XIX abriram os famosos cafés Marrare fundados por António Marrare, siciliano de origem, negociante de vinhos engarrafados, licores e café. Tal como era referido na altura “Lisboa era Chiado, o Chiado era o Marrare e o Marrare ditava a lei”. Com Júlio Castilho, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, entre outros, estes cafés públicos foram autênticas academias de moda e de pensamento.

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Portugueses são movidos a cafeína

Portugal não é o maior consumidor de café do mundo, tão pouco da Europa. Mas, não há dúvidas: os portugueses são movidos a cafeína.

Segundo os dados da Associação Industrial e Comercial do Café, entidade portuguesa que gere o setor, em 2012, o consumo per capita anual dos portugueses era de 4,73 quilos. Cinco anos depois, aumentou para 5,5 quilos por ano. E seguiu a crescer.

Uma pesquisa recente do instituto de pesquisa Multidados mostra que mais de 40% dos portugueses tomam dois cafés por dia (pouco mais de 22% chegam a tomar de 3 a 5 cafés) e quase 60% bebem ao acordar. Outro estudo, este da Marktest, mostra números semelhantes em relação ao grande e crescente consumo de café no nosso país.

Em 2020, mais de seis milhões e meio de portugueses, com 15 anos ou mais, beberam em casa uma média diária de pelo menos um café.

Como referência, o maior consumo per capita do mundo é o dos finlandeses, que consomem mais do dobro (cerca de 12 quilos) do que os portugueses por ano. A Noruega e a Islândia ocupam as duas seguintes posições, o que coloca os países nórdicos como realmente “viciados” em café.

Uma explicação para estes dados é que, por lá, a bebida é tomada em formatos maiores. Ou seja, ainda que bebam com menor frequência, cada vez que tomam ingerem uma maior quantidade. Em Portugal, a frequência é grande, mas o formato é principalmente o da chávena pequena. Aliás, dos 25 maiores consumidores de café no mundo (consumo per capita), 21 estão na Europa, que é o continente onde mais se bebe café.

Fora da Europa, no topo da lista estão os brasileiros, os canadianos, os libaneses e os norte-americanos. Se considerarmos o volume total consumido, a lista muda um pouco, com os Estados Unidos a liderar e o Brasil em segundo lugar, o que pode ser explicado pelo gigantesco tamanho dos seus mercados.

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