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Já tomou um café hoje?

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O convite para “tomar um café” é, entre nós, portugueses, muito mais do que um ato isolado de se beber café. “Tomar um café” é uma forma de nos sentirmos parte de algo. Às vezes, basta ir ao nosso café, pastelaria, padaria de eleição e pedir um café, bebê-lo e vir embora.

É o ritual, é a forma de estar na vida, é a forma de vermos outras pessoas e de cheirar o ambiente. Na verdade, nas rotinas da vida “tomar um café”, que não deixa de a ser, é um escape. Escape daquele trabalho que nunca mais acaba, de um dia difícil, escape com os amigos, com a família, com o marido ou esposa para uma conversa relaxada… Na verdade, são pausas, pretextos, desculpas, para sair do rodopio do dia a dia.

Não é por acaso que, a seguir à água, o café é a bebida mais consumida em todo o mundo e as razões são óbvias.

Cientificamente falando, a cafeína tem um efeito estimulante, o sono diminui e a energia aumenta. Melhora, também, o desempenho na atividade física. Mas há outros benefícios. Melhora a concentração.

Mas há muito mais por detrás de uma chávena de café.

É quase o primeiro ritual do dia, por razões várias. É obrigatório antes de ir trabalhar, e serve de motor de arranque para nos ajudar a despertar e a dar energia. Mas o convite para a pausa é o mesmo que dizer “vamos tomar um café?”. No trabalho, quando a meio da manhã alguém nos convida para tomar um café, esse momento é como que uma saída do carrossel. Paramos e o cérebro deixa de trabalhar a mil, passa a cem. Os músculos do corpo relaxam e a conversa, por mais supérflua que possa ser, permite-nos sair da cadeira, sorrir, mudar de ar e sentir o coração.

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O café está em todo o lado e existem, cada vez mais, nos diversos serviços, formas de tomar café. Desde a máquina clássica, às máquinas automáticas, elas servem para a pausa, que é tudo menos uma forma de roubar tempo ao serviço. E quem pensa assim desengane-se. Uma pausa descontraída entre colegas pode ser inspiradora e criativa. Permite que a alma e o coração estiquem as pernas, abracem o sol, e se inspirem. Uma conversa entre colegas que sai do local de trabalho para tomar um café pode ser produtiva, socializante, apaziguadora, motivadora.
“Tomar um café” tem tantos significados e nós, portugueses, sabemos precisamente quais são. Serve para conhecer uma pessoa, conversar, namorar, explorar. Serve para estudar, trocar ideias, trabalhar, explicar. Serve para contemplar, observar, respirar, fazer as pazes…
Por tudo isto, deixe o telemóvel em casa e convide alguém para tomar café. Haverá muito que conversar!

A história do café

Há diversos capítulos da história do café para serem contados, afinal, ele deixou registos importantes em mundo todo.

Não existem registos oficiais sobre a origem do café. Sabe-se, entretanto, que se trata de uma planta nativa das regiões altas da Etiópia (Cafa e Enária).

Segundo uma das lendas, foi um pastor etíope quem percebeu que havia algo diferente nas plantas da região. Ele havia alimentado suas cabras com arbustos e folhagens que tinham um fruto amarelo-avermelhado e notou que os animais ficaram mais animados e com energia. Intrigado com o comportamento de suas cabras, ele levou uma amostra da planta para um monge. O religioso, inicialmente, não aprovou e a denominou como “o trabalho do diabo”. Mas tudo mudou quando as plantas foram deitadas na fogueira e os monges sentiram o aroma dos grãos torrados.

Já uma outra versão, conta que quando Kaldi levou as sementes ao Monge, o religioso demonstrou curiosidade e decidiu preparar uma infusão com as plantas e frutos. Assim que consumiu a bebida comprovou que as plantas causavam uma certa agitação. Considerando os efeitos positivos, o monge passou a consumir o preparo dos frutos avermelhados nas noites de reza.

Alguns registos afirmam que o consumo de café começou por volta de 575 d.c..

Embora a planta tenha origem africana, foi no Iêmen, região oeste da Arábia, que ela começou a ser cultivada. A história do café, aliás, começa pela criação do nome, que tem origem árabe. Lá a planta era conhecida como Kaweh e a bebida foi denominada como Kahwah ou Cahue, que significa Força.

Por volta do séc. XVII, conforme florescia o Iluminismo e se planejava a Revolução Francesa, as cafeterias começaram a surgir, juntamente com os ideais que transformariam o período. Assim, a história do café começava a ganhar forma.

O aumento do consumo da bebida fez nascer a necessidade de processos mais ágeis para a produção de uma boa xícara de café. Enquanto a Europa vivia o início da Revolução Industrial (XIX), os cientistas começaram a estudar possibilidades de produzir café em máquinas a vapor.

Foi Angelo Moriondo, em Turim ( Itália – 1884), quem criou um dos primeiros protótipos que dariam origem a máquina de café. Seu engenho havia sido planejado para reduzir o tempo de produção de cervejas, mas aparentemente, o processo era semelhante. Quando a máquina era acionada, uma caldeira de água era aquecida e o líquido quente era levado até um duto com borras de café, e então, essa solução era levada até uma outra caldeira e o café estava pronto.

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