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Setor metalúrgico e metalomecânico com os melhores resultados de sempre

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Apesar da enorme volatilidade dos mercados nos últimos anos, as empresas do setor metalúrgico e metalomecânico tiveram, no primeiro semestre de 2023, os melhores resultados de sempre, com as exportações a somarem 12.865 milhões de euros, 11,6% acima do período homólogo.

Com o mês de junho a entrar diretamente para o quarto lugar do ranking mensal das exportações, com um crescimento homólogo de 2,2%, a indústria portuguesa de metalurgia e metalomecânica alcançou o “melhor semestre de sempre” nas vendas ao exterior, com um total de 12.865 milhões de euros, 11,6% acima do registo no mesmo período do ano passado.

De acordo com a associação do setor (AIMMAP), quatro dos seis primeiros meses deste ano figuram agora na lista dos mais positivos para esta indústria. Em junho, as exportações para a União Europeia valeram 74% do valor total, perdendo quota para os mercados extracomunitários. Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Marrocos, Japão e Austrália foram os que mais compraram às empresas portuguesas no final da primeira metade do ano.

Na verdade, o setor da Metalurgia e da Metalomecânica tem, cada vez mais, um papel crucial na economia portuguesa.

É, na verdade, um importante setor de atividade na economia portuguesa, caraterizando-se pela grande diversidade de âmbitos produtivos e pela multiplicidade de bens produzidos, nomeadamente bens intermédios (motores e carburadores) e acabados (material médico-cirúrgico, cutelaria, mobiliário metálico) destinados tanto a atividades industriais, dentro e fora do setor, como ao mercado de bens e consumo.

Trata-se de um setor de atividade com uma significativa expressão no total da indústria transformadora, quer ao nível do emprego, quer ao nível do número de empresas, constituindo-se como um importante fornecedor de todo o setor industrial.

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Desempenhando um papel fundamental no processo de desenvolvimento e modernização da indústria portuguesa, a qualificação dos profissionais deste setor assume uma importância estratégica para a economia e para o desenvolvimento da indústria nacional.

Para além de se caracterizar por ser a indústria mais exportadora da economia portuguesa, a sua alta qualidade e a diversidade dos produtos deste setor são cada vez mais reconhecidos internacionalmente.

Devido ao elevado reconhecimento internacional e à forte capacidade exportadora, os produtos portugueses desta indústria estão presentes em diferentes mercados externos, nomeadamente em Espanha, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Angola e Estados Unidos da América

Sabe o que produz e vende a indústria metalúrgica? Todo o tipo de máquinas; tachos, panelas e talheres; ferragens e caixilharias de alumínio; tubos e moldes; componentes e peças para automóveis e para aeronáutica; mobiliário de alumínio; materiais de construção…

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Afinal para que serve a metalurgia e a metalomecânica?

O uso de metais está presente na vida de toda a gente, das mais diversas formas. Mas sabe como é que eles são fabricados?

A indústria metalúrgica tem como foco a transformação de metais em produtos que servem de matéria-prima e peças para produção de outros produtos. Tem como princípio o derretimento de metais ferrosos e não ferrosos.

Os ferrosos, por exemplo, são ligas de ferro e carbono, que podem conter na sua composição outros elementos químicos. O seu uso mais comum é na fabricação de utensílios domésticos. No entanto, também é utilizada em ferramentas, perfis estruturais para construção civil, latas para bebidas, etc.

Já os não ferrosos são mais duráveis e resistentes à corrosão. Assim, como o nome sugere, não contêm ferro na sua composição. Entre eles, alguns dos mais comuns são o alumínio, o crómio, o chumbo e o cobre. Os seus principais usos são para o fabrico de tubos de água e cilindros para instalação de aquecimento central, de válvulas, bombas e hélices na construção naval, de fios elétricos, cabos e condutores (cobre); turbinas para aviões (níquel); placas de circuitos impresso (silício) e componentes de fornos e eletrónicos (crómio).

Desta forma, a indústria metalúrgica destina-se a derreter metais e misturar com outros minérios para a fabricação de outros produtos. Por ser uma indústria de base, em muitos casos, fabrica a matéria-prima para que outras empresas elaborem o produto final.

E a metalomecânica? É a indústria responsável por todos os segmentos transformadores de metal. Estes, por sua vez, encarregam-se de transformar o material em objetos desejados, como é o caso de máquinas, veículos e materiais de transportes.
É uma área que, à primeira vista, pode não parecer fundamental, mas desengane-se quem (ainda) pensa dessa forma. De facto, esta indústria é tão importante para o país, e para a sua economia, que é uma das maiores exportadoras a atuar em Portugal atualmente.
A indústria metalomecânica engloba diferentes áreas de estudo, dependendo da especialização que estamos a falar e daquilo que pode nascer da transformação de metais. As principais áreas são: Deformação plástica; Soldadura; Fundição; Usinagem.

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Em todos estes campos de estudo, há um importante trabalho de investigação de cada um dos materiais utilizados e dos processos que os transformam. É fundamental que, antes de qualquer processo, os materiais sejam previamente estudados e selecionados para que possam resistir às condições mais adversas.
Entre essas, encontram-se o desgaste e o atrito, dois dos fenómenos mais comuns na indústria metalomecânica. Por isso, torna-se útil conhecer melhor cada área de estudo deste setor, de forma a compreender cada uma das suas características.


Centro Tecnológico Especializado avança este ano em Famalicão

A Escola Profissional Cior vai instalar, no decorrer deste ano, um “moderno e inovador” Centro Tecnológico Especializado (CTE), na área da metalomecânica e afins.

O investimento é de 1 milhão e 700 mil euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, e, com obras de fundo nas instalações da escola, visa robustecer a capacidade instalada, formar técnicos altamente qualificados e responder, acima de tudo, às necessidades e exigências do tecido empresarial e do mercado de trabalho neste setor industrial, que se tem afirmado como um dos principais e emergentes clusters do município e da região.

“A Cior não poderia ficar indiferente ao facto de Vila Nova de Famalicão ter uma forte implantação de indústria metalomecânica, cada vez mais competitiva e com peso significativo no ranking das empresas exportadoras nacionais”, sublinha Amadeu Dinis, diretor da Cior, que também não fica indiferente ao facto dos recursos humanos especializados serem manifestamente insuficientes para atender ao desenvolvimento do setor, que, de resto, reclamam, cada vez mais, a falta de mão de obra especializada.

No entender da Cior, os seus alunos/formandos dos cursos de Programação e Maquinação CNC e de Desenho de Construções Mecânicas, no fim do seu ciclo formativo, terão de ter um perfil adequado aos novos contextos, tal como já estão a fazer as empresas do setor da metalomecânica face às exigências de competitividade baseadas nas novas tecnologias, com predominância da indústria 4.0 e a consequente transição para o digital.

“Temos sempre mantido e ligação bastante forte e privilegiada com empresas de referência do ramo da metalomecânica e afins e tem trabalhado no sentido de proporcionar a melhor formação possível aos futuros profissionais da área”, frisa o diretor, para quem é crucial reforçar as parcerias com o tecido empresarial, nomeadamente com as denominadas empresas-âncora, “numa boa prática de cooperação mútua e vantajosa”.

Nesse sentido, a Cior apostou num CTE, “cuidadosamente delineado e com um fio condutor capaz de agregar e canalizar novas tendências”, quer ao nível das tecnologias, quer ao nível das

necessidades impostas pelo arranque de dois novos cursos, Desenho de Construções Mecânicas e Maquinação e Programação CNC. Nestes cursos, diz Amadeu Dinis, é notório o maior pendor digital evidenciado no desenho dos seus novos planos curriculares, perspetivado para o futuro que se avizinha. Com estes passos, a meta é conseguir proporcionar aos jovens a aprendizagem e desenvolvimento de competências que lhes permitam vencer, eficazmente, os desafios do novo paradigma industrial, “de forma comprometida e motivada”.

O Centro Tecnológico a nascer será equipado com instrumentos, máquinas e equipamentos de última geração, para equipar o laboratório de metrologia dimensional, o parque de maquinação, a área de desenho técnico, apoiada por software dedicado, incluindo a tecnologia de engenharia inversa, a prototipagem rápida que integra equipamento de impressão 3D com a tecnologia SLS (sinterização por laser) e ainda o robot colaborativo integrado num equipamento produtivo.

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Os desafios da Educação e da Formação Profissional

Todos os setores de atividades, sejam eles a indústria, serviços ou comércio, têm vindo a evoluir muito nos últimos anos.

As condições de trabalho melhoraram, as empresas automatizaram-se e investiram em máquinas e novos serviços, pelo que, nos dias de hoje, existe a necessidade de recursos humanos com valências na área da literacia digital, tecnologia, inovação e muita criatividade.

Apesar de toda a automatização e melhorias tecnológicas, não reduziu o número de postos de trabalho. Mas aumentou a procura de técnicos mais qualificados para estes novos desafios e novas oportunidades de emprego.

Será fácil de perceber que o futuro e produtividade das empresas, assim como de um país, passará pela qualificação das pessoas.

No entanto, não será fácil, num país aonde se continua a cultivar um estigma de que a formação profissional é para os jovens que não têm apetência ou motivação para o sistema de ensino oficial.

Vivemos num país em que o sistema de Ensino e de Formação Profissional está dividido entre o Ministério da Educação e o Ministério do Trabalho, não existindo interligação entre os dois sistemas de ensino e de formação. No momento atual vivemos a criação de Centro Tecnológicos Especializados que estão a ser criados em instituições do Ministério da Educação, sem experiência no setor, enquanto os centros de formação financiados pelo Ministério do Trabalho já se encontravam equipados e com know-how demonstrado ao longo do tempo. Estamos perante uma “duplicação de recursos” que não se justifica, e se existissem sinergias, existiria uma maior rentabilidade.

Mas nos dias de hoje, quando falamos em ensino e qualificação, confrontamo-nos com grandes dificuldades. Temos de perceber que o método tradicional de ensino já não funciona e não está adaptado às exigências dos dias de hoje. Os jovens mudaram, as motivações mudaram, a capacidade de estar atento e de aprender num ambiente de ensino e formação maioritariamente expositivo já não funciona.

O atual e a Atualização do Novo Catálogo Nacional das Profissões

Neste momento está a decorrer a atualização do Catálogo Nacional das Qualificações que visa mudar a maneira de pensar e de transferir conhecimentos. A atualização prevê a realização de um documento mais completo, que especifica Competências no âmbito de uma saída profissional, descrevendo as realizações, as aptidões a alcançar, assim como os critérios de avaliação e os recursos necessários para alcançar a competência. Aqui, os conteúdos/conhecimentos são apenas uma referência para alcançar a competência.

O setor da Metalomecânica, que é composto maioritariamente por indústria transformadora, tem vindo a acrescentar valor ao seu produto. Na última década, as empresas, em vez de se limitarem a produzir peças “soltas”, que seriam assembladas no seu cliente final como a indústria aeronáutica, automóvel, etc, oferecem soluções que vão muito além da maquinação de peças, começando a realizar a sua montagem e integração em sistemas pneumáticos, óleo-hidráulicos, sistemas automatizados e até mesmo apresentarem soluções de construção de máquinas completas prontas a entregar aos seus clientes. Estas mais valias têm vindo a aumentar a competitividade das empresas nacionais, sendo que as empresas de metalomecânica são, cada vez mais, empresas de eletromecânica.

A metalurgia e metalomecânica é a base de muitos outros setores da indústria. Desde os pequenos produtos de consumo, grandes instalações industriais, as bicicletas, os automóveis, os comboios, alfaias agrícolas, mobiliário, máquinas industriais a até à simples cadeira de dentista, a metalurgia e metalomecânica está presente no nosso dia a dia e com grande impacto na vida nos cidadãos.

Se olharmos para as conquistas de Portugal no último ano, podemos perceber que, em algumas áreas de formação, estamos ao mesmo nível, ou até mesmo, acima de outros países Europeus e Mundiais. Temos é de alavancar estes exemplos para todos os setores do Ensino e Formação Profissional.

Adelino Santos || Diretor do núcleo do CENFIM da Trofa

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Quem é a AIMMAP e a Metal Portugal?

A marca Metal Portugal é uma marca da Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) e representa o setor metalúrgico e metalomecânico, “um setor forte e robusto”.

A AIMMAP foi fundada em 1957 e é uma associação de empregadores de âmbito nacional, sem fins lucrativos, de utilidade pública desde 1996, tendo sido condecorada com a Ordem de Mérito Empresarial, Classe de Mérito Industrial, em 2017, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Apresenta como principal missão é representar, interna e externamente, as empresas do setor, “contribuindo para o dinamismo e promoção das mesmas”.

E foi neste sentido que foi criada a marca Metal Portugal, que se propõe contribuir para projetar o setor metalúrgico e metalomecânico a um patamar superior, “de perceção qualitativa e de visão de futuro”.

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“Uma marca nacional e internacional que reflete o significado do metal português e o seu posicionamento, uma marca que ajuda a comunicar, uma marca que é a síntese do setor”, lê-se na página oficial da marca.

“O setor representado pela AIMMAP está presente em praticamente todos os momentos do nosso dia a dia. Do café que tomamos pela manhã ao transporte que apanhamos para chegar a casa ou a outro lado do Mundo. Se juntamos esta omnipresença ao papel determinante que o setor tem na nossa economia, na criação de milhares de empresas e centenas de milhares de postos de trabalho, e na sua enorme importância para o equilíbrio da nossa balança comercial, podemos dizer com toda a propriedade que: damos forma ao futuro”.

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Setor aposta em “choque de gestão” até 2030

Composto por cerca de 23 mil empresas e por uma força de trabalho de quase 246 mil pessoas – 74% da mão-de-obra é masculina e mais de metade (52%) tem qualificações equivalentes ao 2º ou 3º ciclo –, concentrado sobretudo nas zonas mais industrializadas do Norte e Centro do país, o setor metalúrgico e metalomecânico fatura perto de 35 mil milhões de euros por ano e atingiu, em 2023, um novo recorde nas exportações.

E para chegar ao final desta década com “mais crescimento, mais produtividade, mais sustentabilidade, mais capacitação e mais imagem”, que foram os cinco objetivos traçados para este horizonte pela principal associação do setor (AIMMAP), divulgou em maio passado o novo plano estratégico e de ação para o setor, que deverá ser colocado em prática até 2030. (Metal 2030).

O documento apresenta seis eixos estratégicos de intervenção – inovação e upgrading; qualificação empresarial e Indústria 4.0; descarbonização e economia circular; atração, retenção e capacitação de talento; internacionalização e IDE; e concertação estratégica e financiamento.

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