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Economia

Padel: O desporto que explodiu nos últimos anos

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O padel chegou a Portugal durante a década de 90 através da comunidade espanhola, tendo o primeiro court sido construído em Lisboa no conhecido ‘Racket Centre’ pela empresa espanhola ‘All Padel’. Seguiram-se mais cinco recintos: três no Clube de Ténis da Quinta da Marinha e dois no Clube de Ténis de Vila Real de Santo António. Apesar disso foi somente a partir de 2008, com o Campeonato da Europa realizado no Clube de Ténis do Estoril onde Portugal foi terceiro classificado, que o padel ‘explodiu’ no nosso país.

Hoje, e de acordo com a Federação Portuguesa de Padel, são 90.528 os praticantes devidamente filiados em Portugal; juntemos a estes os meros amadores e certamente ultrapassaremos a barreira das centenas de milhares de apaixonados pela modalidade, e de variadas faixas etárias. No que a clubes diz respeito, o número aproxima-se muito dos 400 (393). Estes dados são paradigmáticos do crescimento do padel no nosso país, e que cujos praticantes há muito que deixaram de ser apenas antigos jogadores de ténis.

Um dos motivos para o crescimento exponencial deste desporto ultrapassa em muito a prática do mesmo. Com efeito, muitos dos mais ávidos praticantes apontam à vertente social como um dos principais fatores que os levou a experimentar e a desenvolver o seu gosto pelo padel; para além do jogo ter de ser disputado obrigatoriamente em pares, é frequente vermos um clima de desportivismo e convívio antes, durante e até depois de um jogo, quando os jogadores se sentam para tomar uma bebida e partilham experiências.

Quem nunca jogou e esteja curioso em experimentar, necessitará naturalmente do material necessário. Os mais entendidos sugerem que, antes de mais alguma coisa, se escolham as sapatilhas de padel mais adequadas. A prioridade dada às sapatilhas prende-se, não só com o piso, como também com o constante movimento e bruscas mudanças de velocidade e direção a que o desporto obriga, e que obriga a um calçado de qualidade.

Só depois de se ter as sapatilhas é que podemos olhar para as raquetes de padel. Existe uma vastíssima gama de opções, cuja escolha depende, em muito, do principal foco do jogador. As raquetes variam em termos de design e material, dando prioridade à velocidade ou à precisão da pancada, conforme o objetivo do praticante, podendo-se introduzir anti-vibradores em zonas específicas da raquete, por forma a adaptá-la às necessidades do utilizador.

Independentemente da cidade, do clube, da raquete ou sapatilhas, quem decidir experimentar padel dificilmente não o voltará a fazer. Dos 8 aos 80 anos de idade, esta modalidade prima pelo seu carácter inclusivo e social; não será assim por acaso que o padel é um dos desportos que mais cresceu em termos de popularidade no século XXI, apresentando nesta altura a maior taxa de retenção de praticantes no planeta.

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O mundo rendeu-se ao padel

O padel é o desporto que mais cresce no mundo. Com base nas vendas de raquetes, estima-se que 12 milhões de pessoas o joguem. 

Na Espanha, é o segundo desporto mais popular depois do futebol, e na Suécia já é praticado por mais de 5% da população. Na Polónia, é um desporto relativamente novo – a Federação Polonesa de Padel foi criada em 2017. Também no Reino Unido, a modalidade tem tido um crescimento acelerado.

Desde que a Grã-Bretanha foi nomeada o órgão regulador nacional do Padel, o número de campos no país aumentou, aproximando-se dos 250 campos, com ambições de chegar aos 400 até 2023.

Já em Portugal, de acordo com as estimativas, existem cerca de 200.000 praticantes e aproximadamente 960 campos, dos quais 770 estão na AirCourts divididos por 195 clubes, sendo 240 a nível nacional.

Nos Estados Unidos, são os estados com grandes populações de língua espanhola, como Flórida e Texas, que estão a abrir caminho para a modalidade.

Embora nos Estados Unidos existam atualmente apenas cerca de 180 campos, prevê-se um crescimento exponencial com base na aceitação do desporto em outros países. Espera-se que haja de 25.000 a 30.000 campos com 8 a 10 milhões de pessoas a jogar nos EUA até 2029.  

No entanto, o mercado americano, contrariamente às tendências mundiais, parece não abraçar este desporto. 

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Europeu em Itália de Padel conta com 16 atletas portugueses

No início do ano de 2017 foi publicada em Diário da República a atribuição do Estatuto de Utilidade Pública Desportiva à Federação Portuguesa de Padel. 

Depois das seleções portuguesas femininas e masculinas conquistarem os melhores resultados de sempre no campeonato do mundo, é inegável que o padel já é um fenómeno a nível desportivo.

Também tem contribuído para este crescimento o papel do Padel Escolar, onde a Federação Portuguesa de Padel já formou cerca de 2.500 professores de Educação Física, proporcionando a milhares de crianças o contacto com a modalidade.

Sofia Araújo

A nível de grandes eventos internacionais, o Campeonato Europeu de Padel de 2024 terá lugar de 22 a 28 de julho na Sardenha, Itália. Esta competição, que marca a 13ª edição do evento, será organizada pela Federação Internacional de Padel (FIP) em colaboração com a Federação Italiana de Ténis e Padel (FITP).

A cidade anfitriã será Cagliari, a capital da Sardenha, que já provou a sua capacidade para acolher eventos desportivos de alto nível, incluindo o recente FIP Platinum, uma etapa do CUPRA FIP Tour.

E em Portugal há atletas que estão a dar cartas e que vão marcar presença na prova em Itália. É o caso de Sofia Araújo venceu este domingo, ao lado da espanhola Marta Ortega, o Genova Premier Padel P2, e fez história ao tornar-se na primeira atleta portuguesa a conquistar um torneio do Premier Padel, o mais conceituado circuito internacional da modalidade a nível profissional.

Sofia Araújo/Marta Ortega

Depois de já terem demonstrado um nível elevado durante todo o torneio, Sofia Araújo e Marta Ortega defrontaram as atletas número um do ranking mundial e superiorizaram-se em apenas dois sets: depois de vencerem o primeiro por 6-3, conseguiram aguentar a reação de Ariana Sánchez e Paula Josemaria, dominando o tie-break e levando para casa a segunda partida, por 7-6 (1).

Depois de alguns meses sem encontrar a tão desejada sintonia com a antiga parceira, Virginia Riera, o reencontro de Sofia Araújo com Marta Ortega voltou a dar frutos e conduziu-a à vitória, permitindo à jogadora portuguesa continuar a lutar por títulos no que resta da temporada.

Aos 29 anos, Sofia Araújo é o nome mais sonante do padel em Portugal, com impacto no exterior. Mas quer mais e promete dar tudo no Europeu.

Quanto a esta prova que vai acontecer no final deste mês de julho, já estão selecionados oito atletas que vão competir em Masculinos e oito mulheres que vão competir em Femininos.

Chamados à Selecção Nacional Masculina estão Afonso Fazendeiro, António Luque, Diogo Jesus, Miguel Deus, Nuno Deus, Pedro Araújo, Pedro Perry e Vasco Pascoal, enquanto a Selecção Nacional Feminina será composta por Ana Catarina Nogueira, Catarina Vilela, Cláudia Gaspar, Constança Gorito, Kátia Rodrigues, Margarida Fernandes, Patrícia Ribeiro e Sofia Araújo.

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“O padel tem sofrido várias evoluções”

A Acematch é uma empresa famalicense que se dedica à construção de infraestruturas para a prática de padel. Foi fundada em 1999, em 2017 sofreu uma reestruturação total e hoje, talvez pela necessidade de se mostrar mais e abrir mais as portas, está a modernizar e dinamizar a imagem.

Para perceber a evolução da modalidade ao nível da construção dos campos, que também se têm multiplicado no concelho, o OPINIÃO PÚBLICA falou com Inês Costa, que tomou conta desta empresa em 2017.

Adivinhava-se a resposta à pergunta se, enquanto empresa que constrói e faz manutenção de campos de padel, tem sentido uma evolução. E tem, a vários níveis. “Nos últimos tempos, temos observado várias evoluções significativas na construção e manutenção de campos de padel”.

Desde logo, a inovação tecnológica. A incorporação de sistemas de automação e tecnologia de monitorização de desempenho tem-se tornado mais comum. Por exemplo, sistemas de reservas online e iluminação automatizada. “Há também uma crescente preocupação com a sustentabilidade, levando à utilização de materiais ecológicos e sistemas de iluminação LED mais eficientes energeticamente”.

A qualidade dos materiais é outra evolução sentida ao longo dos anos pela Acematch. “As estruturas são cada vez mais resistentes, a relva artificial de maior durabilidade, permitindo um jogo mais confortável e, consequentemente, melhor performance”.

Com o aumento da procura e do crescimento do padel em Portugal, a empresa que se dedica também a outras áreas de negócio, nomeadamente construção de parques infantis, começa agora a sentir necessidade de contratar mais pessoas. Aliás, neste momento “temos recrutamento a decorrer”.

Nestes quase 25 anos de existência, a empresa já realizou projetos em Cabo Verde, Angola, Hungria, Chile, São Tomé e Príncipe, mas ainda não construiu campos de padel no concelho de Famalicão. “Num futuro próximo pretendemos dedicar mais atenção ao mercado nacional e, como não poderia deixar de ser, ao nosso querido concelho”, frisou a gerente. Mesmo assim, dentro de portas, já construiu na Costa da Caparica, Montemor-O-Novo, Vila Real, Paredes, Vila Nova de Gaia, Oeiras, entre outros.

O tempo necessário para construir um campo de padel pode variar, dependendo de diversos fatores, como a complexidade do projeto, as condições do terreno e a disponibilidade dos materiais. No entanto, em média, a construção de um campo de padel leva cerca de quatro semanas. Este prazo inclui todas as fases do projeto, desde a preparação do terreno e realização da base, instalação da estrutura metálica, colocação dos vidros e iluminação, até à finalização com a instalação da relva artificial e acessórios. 

“Os materiais utilizados na construção de campos de padel são bastante específicos para garantir a qualidade, segurança e durabilidade do campo”, frisa Inês Costa, que recorda que os principais materiais incluem a estrutura metálica, vidros temperados, relva artificial e iluminação LED.

No que diz respeito à área do padel, os fornecedores desta empresa são espanhóis e a empresária explica porquê: “Espanha é reconhecida mundialmente pelo seu conhecimento e tradição neste desporto, sendo o berço do Padel na Europa, o que nos permite garantir produtos de altíssima qualidade e inovação”.

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Como nasceu?

Na década de 70, um empresário mexicano, de seu nome Enrique Corcuera, queria construir um court de ténis na sua propriedade em Acapulco, mas foi obrigado a reduzir as dimensões do mesmo por falta de espaço. Para além disso, Corcuera foi também obrigado a erguer paredes à volta do court, por forma a que as bolas não se perdessem no meio da vegetação em volta…assim nasceu o padel.

E porque se chama padel? Este não foi o nome originalmente pensado para este desporto; Manuel Arango, amigo de Enrique Corcuera, ficou responsável por encontrar a denominação mais correta. A primeira ideia era de chamar ao desporto ‘Rebotenis’ (ténis de ‘rebote’ = salto), devido às características do court. Enquanto isso, na Argentina a modalidade era chamada de ‘Paddle’. Como Corcuera e Arango queriam universalizar o desporto, decidiram adotar o termo usado pelos argentinos, alterando-o ligeiramente para ‘Padel’.

Semelhante ao ténis, o padel joga-se num campo retângulo de dez metros de largura por vinte metros de comprimento, dividido por uma rede com 90 centímetros de altura. A grande diferença é que existem paredes atrás dos jogadores e redes metálicas nas laterais, que funcionam como tabelas. O piso poderá ser de cimento poroso, materiais sintéticos ou relva artificial, de cor verde, azul ou terracota.

A bola é de borracha, com superfície uniforme, branca ou amarela, com diâmetro entre 6,35 e 6,77 centímetros e entre 56,0 e 59,4 gramas. As raquetas têm 45,5 centímetros de comprimento, 26 de largura e 38 milímetros de espessura, perfuradas por buracos de nove a treze milímetros de diâmetro, cada um, em toda a zona central. É obrigatório a utilização no punho da raquete de uma corda ou correia para prender ao pulso, como proteção contra acidentes.

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